Por Sérgio Fortes
Em “Manás” anteriores escrevi sobre as dificuldades que enfrentamos para deixar a “zona de conforto”, e também sobre como vencer o que chamei de “zona do medo”. Agora, entramos no verdadeiro oásis para as pessoas no mercado de trabalho, o que podemos chamar de “zona de aprendizado”. Esta zona de aprendizado oferece muitos desafios, mas também grandes oportunidades para a descoberta de novas habilidades, muitas das quais não encontraríamos dentro da zona de conforto.
A Zona de Aprendizado representa o engajar-se em um processo através do qual novas habilidades, capacidades, conhecimentos, comportamentos e/ou valores são adquiridos ou modificados por meio do estudo, experiência, treinamento, reflexão e observação. Isso se alinha com as características individuais e estilo de aprendizado de cada indivíduo. A melhor metodologia inclui ferramentas apropriadas, compatíveis com os objetivos pretendidos.
O aprendizado geralmente ajuda quem está adquirindo conhecimento a se tornar uma pessoa mais feliz e realizada. Descobrindo novas oportunidades e decifrando novos mundos, o aprendiz desenvolve um novo hábito - a prática contínua da aprendizagem. Existem muitas abordagens ao aprendizado, mas nenhuma é tão eficiente quanto o processo de uma pessoa ensinando a outra.
No ambiente corporativo isso é conhecido comumente como mentoreado. O mentor e o mentoreado, geralmente chamado de pupilo ou treinando, embarcam numa jornada mútua de aprendizagem, compartilhando experiências por meio de um relacionamento especial no qual ambos aprendem. Pessoalmente, lamento que somente aos 30 anos de idade eu tenha vivido a experiência de ter um mentor. Se tivesse sido beneficiado com o mentoreado mais cedo em minha carreira teria sido um profissional melhor e poderia ter evitado um monte de erros e decisões equivocadas que tomei.
Desde então, descobri que o aprendizado bem-sucedido envolve um vigoroso comprometimento da parte de ambos – professor (mentor) e aprendiz. O professor deve ensinar com a humildade de um aluno, dando o seu melhor àquele que está aprendendo. Aqueles que estão sendo ensinados devem demonstrar a disposição de alguém que está recebendo um tesouro inestimável.
Esse tipo de ensino remete a milhares de anos atrás, sendo uma parte fundamental da Bíblia. Em um ambiente cristão, o mentoreado é melhor entendido como “discipulado”. Esse processo de aprendizado ímpar envolve pelo menos dois personagens: aquele que se torna um seguidor de Jesus enquanto aprende, e o outro que aprende a ser um seguidor de Jesus de Nazaré enquanto ensina.
Esse conceito era tão importante que sobressaiu nas últimas palavras de Jesus Cristo enquanto Ele Se preparava para deixar Seu ministério terreno. Ele disse: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações... ensinando-os a obedecer a tudo o que Eu lhes ordenei...” (Mateus 19:20). Conhecido como a Grande Comissão, esse texto representa o que poderíamos chamar hoje de “principal negócio” – a verdadeira missão de uma organização. Ele estava definindo a verdadeira missão para cada um de Seus seguidores: fazer discípulos. Ele estabeleceu o alcance de suas ações – todas as nações. Ele deixou clara a forma pela qual o processo deveria acontecer – através do ensino.
Evidentemente, o ensinar e aprender não estão restritos aos propósitos espirituais. Toda organização que investe em atividades de aprendizagem e treinamento, desenvolvendo a capacidade total de seu quadro de funcionários, colherá recompensas permanentes. Da mesma maneira, a pessoa que auto investe na “zona de aprendizado” encontrará inimagináveis janelas de oportunidade. Aprender é uma tarefa compartilhada. Reter o conhecimento para si mesmo seria egoísmo. Como o apóstolo Paulo escreveu a seu pupilo Timóteo, “E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros.” (II Timóteo 2:2).
Armados com a perícia do nosso tempo na zona de aprendizado, podemos avançar para o próximo estágio na jornada de desenvolvimento profissional: a “zona de crescimento”. Vamos considerar isso em uma futura edição do “Maná da Segunda”.
Próxima semana tem mais!
Sérgio Fortes é mentor e consultor em logística e negócios estratégicos corporativos. Como membro do CBMC na cidade de São Paulo, Brasil, coordenou a revisão e tradução do “Monday's Manna” e a tradução em português por mais de 20 anos. Ele permanece comprometido com o Senhor Jesus em Sua missão de fazer discípulos. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto (jcnieto20@gmail.com).
MANÁ DA SEGUNDA® é uma reflexão semanal do CBMC - Conectando Business e Mercado a Cristo, organização mundial, sem fins lucrativos e vínculo religioso, fundada em 1930, com o propósito de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo com a comunidade profissional e empresarial. © 2020 - DIREITOS RESERVADOS PARA CBMC BRASIL
Questões Para Reflexão ou Discussão
1. Relembrando, qual o seu entendimento sobre “zona de conforto” e “zona do medo”? Por que é importante avançar para além dessas duas áreas se quisermos crescer profissionalmente?
2. Qual a sua percepção sobre a “zona de aprendizado”? Você se encontra nela neste momento ou é uma área que você ainda precisa explorar? Explique sua resposta.
3. Você concorda que uma das melhores abordagens do aprendizado envolve uma pessoa ensinando a outra num relacionamento de mentoreado, o qual, idealmente, resulta numa experiência de mútuo aprendizado? Por quê?
4. Você já foi mentoreado ou foi mentor de outra pessoa? Quais os pontos fortes e os desafios do mentoreado, baseado em sua própria experiência?
Nota: Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: I Coríntios 4:16; 11:1; II Coríntios 5:18-20; Filipenses 3:17; 4:8-9; Hebreus 5:12.