Por William Fritz Klumpp
Era um encontro impressionante. Estavam reunidos almirantes, generais, capitães, coronéis, CEO’s corporativos, médicos, professores. Homens influentes de várias graduações e profissões. Não estavam aparentes nenhum de seus sucessos ou fracassos, entretanto, a não ser por seus uniformes, todos tinham a mesma aparência. O encontro era uma excursão para marcar e relembrar os 55 anos da classe de 1961 da Academia Naval dos Estados Unidos e aconteceu em 2016. Enquanto olhava em volta do recinto e recapturava lembranças de todos aqueles jovens guerreiros, cheios de incríveis esperanças, sonhos e aspirações, tudo o que pude pensar foi “Para onde eles foram?"
Todos os jovens guerreiros militares, outrora fisicamente em forma, eram agora velhos homens enrugados. Pude reconhecer alguns, mas era necessário olhar seus crachás para identificar a maioria deles. Olhando mais de perto, pude recordar de cada um deles como eram no dia em que atiramos nossos quepes para o ar na cerimônia de formatura, com os novos uniformes escolhidos de acordo com o ramo de serviço que prestaríamos; todos estavam prontos para o próximo estágio de nossa grande jornada de vida.
Na reunião revivemos todas as aventuras e desventuras que compartilhamos durante os quatro anos em que vivemos juntos. Havia tempo para compartilhar brevemente alguns dos momentos mais marcantes dos 55 anos passados desde então. Na manhã seguinte, nos reunimos na bela capela da Academia Naval. Era tradição nos juntarmos para o culto memorial em honra dos companheiros que haviam tombado desde a última reunião. Naquele ano a lista constava de 66 nomes. Depois que cessou o conflito no Vietnã, os números diminuíram, mas ultimamente voltaram a subir, consequência natural para homens em idade avançada.
Sentado ali na capela histórica, pude apenas imaginar quantos dos presentes estariam na lista dos homenageados no culto memorial dali a cinco anos. Considerando o sucesso dos membros dessa classe, estou certo de que entre eles estão alguns cujos nomes estão gravados em monumentos, mas não pude deixar de pensar que, afinal, todos os nosso
A morte, a qual alguns se referem como “A Ceifadora”, não faz acepção de pessoas. Não importa quão poderosos, bem-sucedidos ou ricos nós sejamos, os sete palmos no chão é um grande equalizador. A morte é um processo muito democrático – todos nós vamos morrer. Nosso pedaço de granito pessoal conterá o nosso nome e duas datas (nascimento e morte), separados por um traço. Como um homem disse certa vez ao avaliar a vida de alguém, “tudo o que importa é o traço” - o que acontece nos anos do intervalo.O culto incluiu uma leitura de Eclesiastes, um dos meus livros da Bíblia preferidos. Salomão, conhecido como sendo talvez o homem mais sábio que já viveu, escreveu: “Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer...” (Eclesiastes 3:1-2). Anteriormente no livro ele fez uma pergunta profunda: “O que o homem ganha com todo o seu trabalho em que tanto se esforça debaixo do sol?” (Eclesiastes 1:3). Ou seja, não há ganho.
Sua conclusão não é o que poderíamos esperar. Ele disse: “O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará novamente; não há nada novo debaixo do sol.” (Eclesiastes 1:9). Em outras palavras, não há progresso. Salomão ainda concluiu: “Tenho visto tudo o que é feito debaixo do sol; tudo é inútil, é correr atrás do vento!” (Eclesiastes 1:14). O que, em última instância, quer dizer: não há propósito.
Se não há ganho, progresso ou propósito “debaixo do sol” – na terra – então, devemos deduzir que essas coisas só podem ser encontradas nos céus, coisas que durarão por toda a eternidade. Você está quieto, escrevendo o seu epitáfio, e então, o que o seu “traço” vai contar sobre a sua vida? O seu traço vai incluir alguma coisa que seja de ganho, progresso ou propósito duradouros?
Próxima semana tem mais!
William "Fritz"Klumpp é um piloto veterano da Marinha dos Estados Unidos, tendo servido durante a Guerra do Vietnã; um ex-piloto da Delta Air Lines, executivo imobiliário e ex-diretor executivo do CBMC. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto.
MANÁ DA SEGUNDA® é uma reflexão semanal do CBMC - Conectando Business e Mercado a Cristo, organização mundial, sem fins lucrativos e vínculo religioso, fundada em 1930, com o propósito de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo com a comunidade profissional e empresarial. © 2022 - DIREITOS RESERVADOS PARA CBMC BRASIL
Questões Para Reflexão ou Discussão1. Você já compareceu a alguma reunião – da sua turma do secundário ou faculdade, ou mesmo uma reunião familiar? Como foi para você? Como as pessoas reagiram? Estavam ansiosas para renovar antigas amizades ou tentavam impressionar os demais com suas realizações?
2. Foi afirmado que “Tudo o que importa é o traço”, significando o espaço de tempo entre a data de nascimento e a data da morte. Você já pensou em como um pequeno sinal de pontuação como um traço pode representar todo o curso da vida de uma pessoa? Como você se sente considerando isso?
3. Em alguns aspectos, o livro de Eclesiastes do Antigo Testamento não é o livro mais encorajador da Bíblia, já que faz afirmações como “tudo é inútil” ou “é correr atrás do vento”. Considerando isso diante das coisas pelas quais você se esforça todos os dias, as prioridades que estabelece para sua vida, como você reage?
4. O autor compreende o autor de Eclesiastes concluindo que grande parte do que consideramos de grande importância na vida não trás ganho, resulta em nenhum progresso e não cumpre nenhum propósito que durará além do túmulo. Você concorda? Por quê? Como podemos mudar isso?
Nota: Se você tem uma Bíblia e quiser ler mais sobre o tema, considere as seguintes passagens: Eclesiastes 8:15; 12:13-14; João 15:4-5, 16; Efésios 2:10; 4:12-13; Colossenses 3:17, 23-24.