Por Rick Boxx
Já pensou sobre a importância da crítica construtiva ou da repreensão oportuna? Anos atrás uma gráfica que utilizávamos havia algum tempo, entregou um projeto do meu escritório que tinha a intenção de mostrar visualmente nossa organização para milhares de pessoas. Esse trabalho, ao ser revisado, mostrou que as cores não eram as que tínhamos solicitado. Tampoco se aproximavam de nossas instruções.
Minha tendência é sempre agradar as pessoas. Por isso, relutei sobre o que deveria fazer. “Não quero dar a impressão de estar me queixando”, pensei. “Talvez as cores não estejam tão diferentes e possamos deixar passar o fato de não estarem como queríamos”. Minha assistente, porém, não concordava com minha relutância e disposição de não ferir sentimentos de alguém: “Não podemos divulgar isto como está”, afirmou. “Eles precisam refazer o serviço”.
Ela estava certa. Tínhamos meticulosamente escolhido as cores que representam nossa organização e especificado cuidadosamente o que precisávamos. Não era momento de ficar preocupado em ofender a empresa; era importante que soubessem que seus serviços não satisfizeram nossas expectativas. Doutro modo, como poderiam adotar medidas corretivas e assegurar boa qualidade em futuros trabalhos?
Ao invés de se sentir ofendido, o dono da gráfica agradeceu por ser informado do erro e nos respondeu prontamente. No dia seguinte recebemos nosso projeto refeito e com boa aparência. Fiquei feliz com a determinação da assistente em fazer que a empresa e eu assumíssemos a responsabilidade pelo ocorrido.
Olhando retrospectivamente a situação, entendi que havia esquecido importantes princípios bíblicos:
Repreensão pode ser um presente. Dizer a alguém, seja um colega de equipe, amigo ou fornecedor, que seu trabalho não é aceitável, pode ser um ato de gentileza, se for feito com espírito correto, sem intenção de humilhar, mas de ajudá-lo a fazer melhor no futuro. “Como brinco de ouro e enfeite de ouro fino é a repreensão dada com sabedoria a quem se dispõe a ouvir” (Provérbios 25.12).
Repreensão como compromisso. Se você vê alguém realizando um trabalho abaixo do padrão e deixa de chamar sua atenção, na verdade está participando de sua falha. “Não guardem ódio contra o seu irmão no coração; antes repreendam com franqueza o seu próximo para que, por causa dele, não sofram as consequências de um pecado” (Levítico 19.17).
O benefício da repreensão. Por vezes pode parecer difícil proferir palavras de correção e repreensão a alguém, mas se isso ajuda a pessoa a se tornar mais eficientes e produtiva no seu trabalho, o resultado final deve ser gratidão pela sua disposição em fazer crítica construtiva. “Quem repreende o próximo obterá por fim mais favor do que aquele que só sabe bajular” (Provérbios 28.23).
Criticar um fornecedor com simpatia, por causa do cuidado para com essa pessoa ou sua empresa, fazendo que saiba que não está satisfazendo as expectativas, demonstra compromisso com excelência, no seu trabalho e também no dele.
Próxima semana tem mais!
Rick Boxx é presidente e fundador da "Integrity Resource Center", escritor internacionalmente reconhecido, conferencista, consultor empresarial, CPA, ex-executivo bancário e empresário. Adaptado, sob permissão, de "Momentos de Integridade com Rick Boxx", um comentário semanal acerca de integridade no mundo dos negócios, a partir da perspectiva cristã. Tradução de Mércia Padovani. Revisão e adaptação de J. Sergio Fortes
Questões Para Reflexão ou Discussão1. É fácil para você repreender alguém que esteja fazendo um trabalho inaceitável ou aquém da sua capacitação?
2. E você? É fácil receber repreensão de outros quando seu trabalho não alcança o padrão devido e precisa ser melhorado?
3. Concorda com a ideia de que deixar de corrigir alguém o torna participante de sua falha?
4. Você já confrontou alguém por causa da qualidade do trabalho e essa experiência fortaleceu o relacionamento entre vocês? Como foi sua abordagem?
Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Provérbios 13.1; 17.10; 27.5-6; Efésios 4.29-32; 2Timóteo 3.16-17; Tiago 3.9-11