Maná da Segunda: Desvio de Rota
Por Robert J. Tamasy
Na semana passada tratamos da importância de terminar bem a “corrida”. E quais seriam as causas que nos impedem de terminar bem? Por que muitos frequentemente começam de forma promissora, mas o final é decepcionante?
Serve de exemplo o caso do preeminente CEO citado no livro de Michael Novack, “Negócios Como Vocação”, que diz: “Cresci como filho de um pastor batista. Era – e ainda sou – cristão ativo, cuja maior satisfação na vida consiste em criar sólido ambiente moral e ético, onde cada indivíduo tem permissão e é estimulado a alcançar o potencial que lhe foi destinado por Deus.” Anos mais tarde, Infelizmente, esse executivo altamente considerado envolveu-se na destruição de uma companhia de tecnologia que valia bilhões de dólares e que ficou conhecida internacionalmente pela prática de negócios antiéticos. Os acionistas perderam milhões de dólares e foi uma das primeiras a cair no efeito dominó da atual crise econômica.
Como isso pôde acontecer? Penso numa analogia: tinta preta caindo uma gota por vez em uma lata de tinta branca. Esta obviamente não escurece imediatamente. Se for agitada, as primeiras gotas aparentemente não terão nenhum efeito na coloração da tinta branca. Mas à medida em que mais e mais tinta preta for adicionada, o branco irá assumir coloração cinza.
Pessoas bem intencionadas não acordam numa dada manhã e dizem: “Estou cansada de ser uma pessoa boa. Vou começar a ser desonesta e antiética.” Não! Mudanças comportamentais começam a se desenvolver de maneira imperceptível. Somente após período considerável de tempo podem ser notados seus efeitos. O problema está em se deixar levar pelas circunstâncias, qual barco ao sabor da força incansável das correntes, impelido para o alto mar. Com honestidade poderemos reconhecer mudanças sutis: uma transigência aqui, um acobertamento da verdade ali. Vejamos algumas observações da Bíblia sobre esse desvio de rota:
Quando abrigamos pensamentos contraproducentes. Homens de negócios e líderes profissionais geralmente começam com metas idealistas, mas atrativos sutis do dinheiro, poder e prestígio os desviam de suas rotas. “Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição” (I Timóteo 6.9).
Quando nos tornamos descuidados com a verdade. Nem mesmo os mais elevados padrões e valores éticos podem nos ajudar se, regularmente, não os trouxermos à lembrança e os praticarmos de forma consistente. “Por isso é preciso que prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais nos desviemos” (Hebreus 2.1).
Quando nos comprometemos com objetivos errados. Um líder cuja intenção é se destacar diante dos outros ou garantir um bônus mais polpudo pode facilmente desviar-se de práticas saudáveis de negócios e distorcer relatórios financeiros, maquiar produtos e serviços e manipular pessoas. “Ninguém pode servir a dois senhores: pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro!” (Mateus 6.24).
Próxima semana tem mais!
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Texto de Robert J. Tamasy, vice-presidente de comunicações da Leaders Legacy, corporação beneficente com sede em Atlanta. Georgia, USA. Com mais de 30 anos de trabalho como jornalista, é co-autor e editor de nove livros.Tradução de Mércia Padovani. Revisão e adaptação de J. Sergio Fortes (fortes@cbmc.org.com)
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