Por Jim Langley
Hamlet, o clássico literário de Shakespeare, contém as famosas palavras: “Ser ou não ser - eis a questão. Será mais nobre sofrer na alma pedradas e flechadas do destino feroz ou pegar em armas contra o mar de angústias...”. Por meio delas, afirma Shakespeare, vemos a essência do "ser".
Durante anos estive intrigado com os conceitos de "ser" e de "fazer". No meio empresarial e profissional fazer é fundamental para o trabalho que realizamos. Criamos listas de “coisas a fazer”; mantemos agendas, manuscritas ou em computadores e smartphones; estabelecemos metas e objetivos específicos e mensuráveis; avaliamos o desempenho por meio de resultados que refletem vendas, produtividade e lucros. Tudo gira em torno de “fazer”. Mas e o “ser” como é que fica?
Há alguns anos, meu amigo Jay Carty escreveu um artigo que me tem intrigado muito. Ele admitiu que sua vida girava apenas em torno do “fazer”, mas que sua esposa Mary, o desafiara a não concentrar o foco em fazer, mas em simplesmente ser. No tempo devido ele descobriu que isso revolucionara sua vida.
Ao longo dos anos essa questão tem me incomodado. Foi fascinante aprender que ao falar com Moisés, Deus Se referiu a Si mesmo como, “Eu Sou”. Em Êxodo 3.14 Ele disse a Moisés: “Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês.” Parece que isto envolve o conceito de ser versus fazer.
Fazer é nossa tendência natural e somos compensados por fazer coisas e não por nos sentarmos e ficarmos olhando pela janela. Mas parece que Deus não concentra particularmente Sua atenção em tudo o que fazemos. Ele está mais interessado em nosso relacionamento com Ele e com aqueles que Ele coloca à nossa volta. Isso tem mais a ver com "o que somos" do que com "o que fazemos".
Quando nos ocupamos demais fazendo coisas, reduzindo o tempo necessário para ouvir Deus, corremos o risco de deixar de perceber o que Ele quer de nós. Alguém disse que isso tem tudo a ver "com nossa disponibilidade e não com nossa habilidade".
Deus pode Se mover através do Universo mais rápido do que a velocidade da luz, enquanto mal-comparando, nós nos movemos à velocidade da lesma. Isso já é motivo suficiente para sermos sábios e diminuir nosso ritmo, tomando consciência da necessidade de olhar ao redor, apreciar a obra de Deus, experimentar Sua presença e discernir Sua vontade para nossa vida.
Você se considera uma pessoa cuja vida gira em torno do "fazer" ou está mais preocupado com o "ser"?
Próxima semana tem mais!
Texto de autoria de Jim Langley, agente e perito em seguros de vida (CLU), da New York Life, desde 1983. Membro ativo do CBMC Santa Bárbara, Califórnia, desde 1987. Tradução de Mércia Padovani. Revisão e adaptação de J. Sergio Fortes
Questões Para Reflexão ou Discussão Você se considera alguém cuja vida gira em torno do “fazer” ou do "ser"? Quais os pontos positivos e negativos disso?
Em sua opinião, porque é tão difícil praticar o “ser” no ambiente de trabalho? Você acha isto possível?
O que você acha que Deus quis dizer com a expressão “Eu Sou o que Sou”? Isto tem alguma relevância para o ambiente de trabalho?
Você acha que separar tempo regularmente para ouvir Deus pode ter impacto positivo sobre seu desempenho como profissional ou empresário?
Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Mateus 5.1-12; João 6.29; 15.5; 1Coríntios 15.10; Efésios 2.8-10; Filipenses 4.13.