Maná da Segunda

Maná da Segunda - Fé em Compartimentos?



Por Robert Tamasy

Compartimentos podem ser úteis. Temos “porta-luvas”, compartimento de nossos veículos, embora dificilmente alguém o use para guardar luvas. Em lugar delas, guardamos ali lanternas, mapas, manuais para reparos e outras coisas. Mas será que a espiritualidade de uma pessoa – sua fé – deveria ser mantida em um compartimento, de onde é tirada apenas em ocasiões especiais?

Recentemente um amigo que procura encorajar e desafiar profissionais e empresários a refletir Jesus Cristo de forma efetiva e consistente no mercado de trabalho me fez o seguinte comentário:

“Tento ajudar meus grupos a integrar sua fé ao seu negócio e à sua esfera de influência no mercado de trabalho. Infelizmente, eles estão muito compartimentados; são justos aos domingos e um terror santo o restante da semana.”

Esta afirmação é forte, e também triste. Aparentemente esses homens e mulheres de negócios deixaram de captar a ligação entre a verdade bíblica que lhes tem sido ensinada e a sua aplicação apropriada para o trabalho que desempenham ao longo da semana. Desde o princípio este tem sido o objetivo do “Maná da Segunda” – mostrar a relevância prática do que a Bíblia ensina quanto a conduzirmo-nos no trabalho cotidiano. 

Há um adágio que diz: “O leste é o leste e o oeste é o oeste – e nunca os dois se encontrarão.” (NT.  Verso de um poema de Kipling).  Entretanto, no que diz respeito à fé em Jesus Cristo, a Bíblia diz que Sua presença e influência em nossa vida devem estar evidentes onde quer que estejamos e em tudo o que fazemos.  Considere:

Somos chamados para servir a quem?  É típico acharmos que vamos trabalhar e que estamos ali para servir a nossa companhia, organização ou superior imediato. Em certo sentido isso é verdadeiro, mas a Bíblia diz que temos uma vocação mais elevada. “Tudo o que fizerem, seja em palavras ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus...Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo.”  (Colossenses 3:17, 23-24). 

Compartilhamos uma parceria única.  Somos tentados, às vezes, a questionar o valor do nosso trabalho, a significância do que fazemos todos os dias. De acordo com as Escrituras, devemos entender que trabalhamos em concerto com Deus e Seus planos. “Pois nós somos cooperadores de Deus; vocês são lavoura de Deus e edifício de Deus.” (I Coríntios 3:9). 

A realização no trabalho provém de Deus.  Nós geralmente olhamos para o nosso trabalho em busca de significado e realização, mas ele pode ser ainda mais significativo quando feito como o objetivo de servir a Deus e aos outros. “Por isso, cheguei à conclusão de que não há nada melhor para o homem que aproveitar bem o que ganha com seu trabalho, comer e beber à vontade. Também vi que até mesmo esse prazer vem de Deus. Porque ninguém pode se alegrar, ou se alimentar, sem Deus.” (Eclesiastes 2:24-25). 

Nós representamos Jesus por meio do nosso trabalho.  Muitos que estão fora da família de Deus jamais iriam a uma igreja por si mesmos. Nosso trabalho traz embutido naturalmente uma oportunidade de representar Jesus para outras pessoas. “Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o Seu apelo por nosso intermédio.” (II Coríntios 5:20). 

Próxima semana tem mais!

© 2017. Robert J. Tamasy é jornalista, editor e escritor, autor de, "Business at Its Best: Timeless Wisdom from Proverbs for Today’s Workplace" e "Tufting Legacies" (ainda não traduzidos para o português. Em co-autoria com David A. Stoddard escreveu, "The Heart of Mentoring" e tem editado numerosos outros livros, incluindo "Advancing Through Adversity", por Mike Landry. Tamasy mantém um site www.bobtamasy-readywriterink.com, e um blog atualizados semanalmente www.bobtamasy.blogspot.com. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto.

Questões Para Reflexão ou Discussão   

Que “compartimentos” você costuma usar em sua vida? Qual o seu propósito?
Como você reage à afirmação: “são justos aos domingos e um terror santo o restante da semana.” Você acha que esta avaliação de empresários e profissionais é muito dura ou já experimentou esse tipo de atitude também?
Se você aplicasse ao seu trabalho a exortação “faça de todo o coração, como para o Senhor” como ele seria? Seria diferente do que acontece hoje?
Quando você lê que somos “cooperadores de Deus” ou “embaixadores de Cristo”, o que isso significa para você? Seria real para nós, caso compartimentássemos nossa fé? Explique sua resposta.

Nota: Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Provérbios 10:5,9;  11:1,3;  16:11;  18:9;  20:14;  21:5-6;  22:4, 29;  27:18, 21;  Efésios 2:10. 

MANÁ DA SEGUNDA® é uma reflexão semanal do CBMC - Conectando Business e Mercado a Cristo, organização mundial, sem fins lucrativos e vínculo religioso, fundada em 1930, com o propósito de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo com a comunidade profissional e empresarial. © 2017 - DIREITOS RESERVADOS PARA CBMC BRASIL


Veja mais Maná da Segunda

Maná da Segunda - Fé em Compartimentos?



Por Robert Tamasy

Geralmente, quando o CEO ou presidente de uma companhia ou organização deixa seu posto por qualquer razão, um líder “interino” é designado para preencher a vaga até que um sucessor permanente seja nomeado. Não importa se o antigo executivo tenha se aposentado, morrido, saído para assumir um novo trabalho, pedido para sair ou tenha sido demitido – alguém precisa dar um passo à frente e servir interinamente até que os donos ou diretores possam avaliar possíveis candidatos para o cargo. 

Frequentemente vemos uma avalanche dessas designações “interinas” durante os campeonatos esportivos, por exemplo, quando treinadores malsucedidos são demitidos e outra pessoa é designada para substituí-lo pelo restante do ano. Então, na maioria dos casos, outro indivíduo é escolhido para assumir o papel permanentemente.

Na verdade, mesmo que sejamos relutantes em admiti-lo, todos nós somos “interinos”. Não importa quão velhos sejamos ou o quanto desempenhemos bem o nosso trabalho, não vamos permanecer aqui para sempre. Outra pessoa estava fazendo o serviço antes que nós chegássemos (a menos que você seja o dono de sua própria start-up) – e um dia teremos partido, deixando todas as responsabilidades para outra pessoa.

Essa pode ser uma constatação sombria. Penso no jornal em que trabalhei como editor, bem como em meus anos no CBMC, quando fui editor e diretor de várias publicações. Durante o tempo em que ocupei essas posições, sentia que estava fazendo um bom trabalho, mas mesmo aqueles papéis “permanentes” chegaram ao fim. Na verdade, os jornais que dirigi editorialmente, como também a revista, já não são mais publicados; portanto, eles também eram “interinos”. 

O que fazer com esse conhecimento? Devemos simplesmente nos resignar a uma mentalidade tipo “hoje aqui, longe amanhã” e nos arrastarmos um dia de cada vez no trabalho? Ao contrário, eu sugeriria uma abordagem mais do tipo “carpe diem”: “aproveite o dia”. Fazer o máximo com as oportunidades que se apresentam a nós, fazer o melhor que podemos e, confiantemente, deixar as coisas melhores para aqueles que virão depois de nós. 

O livro de Eclesiastes do Antigo Testamento nos faz lembrar que tudo – mesmo a própria vida – em última análise é “interino”. “Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo para cada propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou...tempo de derrubar e tempo de construir...tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las...” (Eclesiastes 3:1-8). 

Depois de fazer essas observações, o autor de Eclesiastes, o rei Salomão, afirma: “O que ganha o trabalhador com todo o seu esforço? Tenho visto o fardo que Deus impôs aos homens. Ele fez tudo apropriado ao seu tempo.  Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez. Descobri que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive...Aquilo que é, já foi, e o que será, já foi anteriormente; Deus investigará o passado.”(Eclesiastes 3:9-15). 

Em lugar de adotar uma atitude fatalista, nós podemos reconhecer a nossa condição de “interinos” enquanto nos esforçamos por fazer o nosso melhor servindo nossas organizações, acionistas, empregados, colegas de trabalho, clientes e, acima de tudo, Deus. “O que suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você vai, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria.” (Eclesiastes 9:10). 

Próxima semana tem mais!

Robert J. Tamasy, é jornalista, editor e escritor, e autor de "Business at Its Best: Timeless Wisdom from Proverbs for Today's Workplace" e "Tufting Legacies" (ainda não traduzidos para o português). Em co-autoria com David A. Stoddard escreveu "The heart of Mentoring" e tem editado numerosos outros livros, incluindo "Advancing Through Adversity", por Mike Landry. Tamasy mantém um site www.bobtamasy-readywriterink.com e um blog atualizados semanalmente www.bobtamasy.blogspot.com. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto (jcnieto20@gmail.com).

Questões Para Reflexão ou Discussão   

1.  O que lhe vem à mente ao ouvir a palavra “interino”?

2.  Você já trabalhou no papel de interino, sabendo que outra pessoa seria escolhida para sucedê-lo no cargo? Como foi a experiência? Ser “interino” afetou a forma como você via seu trabalho?

3.  Tendemos a ver o nosso trabalho como permanente – pelo menos até decidirmos seguir adiante e fazer outra coisa. Como é para você ver o seu atual trabalho “permanente” como um em que, na verdade, você é um trabalhador “interino”?

4.  O que você acha da ideia de fazer o melhor que pode em seu trabalho atual tendo consciência de que, de uma forma ou de outra, alguém estará assumindo esse papel – talvez mais cedo do que você imagina?

Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Provérbios 10:7; Mateus 6:33-34; Efésios 2:10; Colossenses 3:17, 23-24; Tiago 4:13-15.  

MANÁ DA SEGUNDA® é uma reflexão semanal do CBMC - Conectando Business e Mercado a Cristo, organização mundial, sem fins lucrativos e vínculo religioso, fundada em 1930, com o propósito de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo com a comunidade profissional e empresarial. © 2018 - DIREITOS RESERVADOS PARA CBMC BRASIL

 


Veja mais Maná da Segunda