Por Rick Boxx
Ao participar de uma conferência nacional há alguns anos tive o prazer de ouvir oradores excelentes discorrerem sobre o tema principal. Alguns entre eles, porém, foram particularmente memoráveis. Fiquei imaginando o que fez com que eles se destacassem em minha mente. Eu sabia que não era somente o seu nível de experiência. Então, percebi que donos de empresas que compartilharam suas histórias pessoais foram aqueles que mais me impressionaram.
Eles não eram oradores profissionais, ao contrário, eram empresários que estavam fazendo a diferença. Alguns estavam causando impacto no mundo com seus produtos e serviços; outros estavam transformando suas comunidades e o mundo com sua generosidade. As informações que forneceram eram excelentes, mas suas histórias – relatos sobre o que estava acontecendo por meio de seus empreendimentos – foi o que tocou os corações das pessoas que os ouviam.
Ao correr os olhos pelo auditório, ocorreu-me que muitos dos líderes ali presentes estavam sendo altamente motivados pelas histórias que ouviam. Eu conjecturava que no ano seguinte provavelmente haveria uma nova produção de histórias a serem contadas, inclusive algumas por aqueles que estavam sendo inspirados.
Por que histórias são tão eficientes? Uma razão é que elas fornecem um quadro, que poderíamos chamar de “imagem verbal”, dos princípios e práticas que tentamos transmitir. Uma coisa é estar fortemente entusiasmado com um produto, serviço ou mesmo ideias. Mas é melhor demonstrar – através do poder das histórias – porque eles são importantes. Histórias criam imagens em nossa mente, dando corpo a conceitos que de outra maneira seriam intangíveis.
Essa estratégia de contar histórias não tem nada de novo. Até mesmo a Bíblia, escrita há milhares de anos, usa muitas histórias para comunicar suas verdades eternas. A propósito, uma de suas passagens diz: “Deem graças ao Senhor porque Ele é bom; o Seu amor dura para sempre. Que os remidos do Senhor contem suas histórias” (Salmos 107:1-2, tradução livre). Quando Jesus Cristo desempenhava Seu ministério terreno, Ele reconheceu o impacto das histórias. Por quê você pensa que de todos os Seus ensinamentos incluídos nos quatro evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, o que mais a maioria de nós lembra são Suas histórias, que também são chamadas de parábolas? Por exemplo, mesmo no mundo atual cada vez mais secularizado frequentemente ouvimos referências ao “bom samaritano”, relatado no capítulo 10 de Lucas.
O relato bíblico fala de um judeu espancado na estrada por ladrões e deixado para morrer. Dois líderes religiosos o viram, mas ao invés de parar para prestar-lhe socorro, foram para o outro lado da estrada e o deixaram ali. Foi um samaritano, que fazia parte de um povo odiado pelos judeus, quem parou para socorrer o ferido, não apenas atando-lhe as feridas, mas também pagando por um lugar onde ele poderia ficar até se recuperar.
Até os dias de hoje ouvimos notícias e relatos sobre algum “bom samaritano” que de forma abnegada – talvez até sacrificial – se detém para prover assistência a alguém desesperadamente necessitado. Jesus usou aquela história para ilustrar o que Ele chamou de os dois maiores mandamentos. “... ‘Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o se coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento’, e ‘Ame o seu próximo como a si mesmo.’” (Lucas 10:27).
Ao final da história, Jesus perguntou: “Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” (Lucas 10:36). Ele apresentou muitas outras parábolas inesquecíveis, mas podemos ver o duradouro poder das histórias através deste único exemplo. O que podemos aprender com isto? É simples: se você deseja inspirar outras pessoas até mesmo a realizarem feitos mais elevados, compartilhe sua história.
Próxima semana tem mais!
Rick Boxx é presidente e fundador da "Integrity Resource Center", escritor internacionalmente reconhecido, conferencista, consultor empresarial, CPA, ex-executivo bancário e empresário. Adaptado, sob permissão, de "Momentos de Integridade com Rick Boxx", um comentário semanal acerca de integridade no mundo dos negócios, a partir da perspectiva cristã. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto (jcnieto20@gmail.com).
MANÁ DA SEGUNDA® é uma reflexão semanal do CBMC - Conectando Business e Mercado a Cristo, organização mundial, sem fins lucrativos e vínculo religioso, fundada em 1930, com o propósito de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo com a comunidade profissional e empresarial. © 2021 - DIREITOS RESERVADOS PARA CBMC BRASIL
Questões Para Reflexão ou Discussão1. Você se identifica com a ideia de comunicar conceitos importantes por meio do poder das histórias? Cite o exemplo de uma história contada por alguém que tenha permanecido muito depois desta pessoa ter parado de falar.
2. Quem é o melhor contador de histórias que você conhece? Você é eficiente contando histórias para comunicar seus pensamentos? Quais os desafios para se tornar um bom contador de histórias?
3. Geralmente a melhor história não é aquela contada por alguém que nós repetimos, mas, sim, aquela extraída de nossa própria vida e experiência. Em sua opinião, por que é assim?
4. De que maneiras você poderia afiar suas habilidades no uso de histórias, especialmente quando tenta persuadir as pessoas a considerarem algo muito importante que você pensa ser de grande valor para elas?
Nota: Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Deuteronômio 6:4-9; Mateus 7:24-27; Lucas 4:1-13; 5:17-26; 8:1-15; João 20:10-18.