Por Jim Mathis
Eu participava de um seminário de negócios no qual a instrutora orientava os participantes a nunca dizerem, “Eu não sei.”. Ela disse que uma resposta melhor seria “Esta é uma boa pergunta” ou “Vou encontrar a resposta para você”. Isso soa razoável até que tomemos consciência de que nega o óbvio: nós realmente não sabemos tudo e às vezes não é possível encontrar respostas adequadas para todas as nossas perguntas.
Desde então tenho observado quantas vezes digo “Eu não sei”. Certa manhã no escritório tributário no qual estava trabalhando, a recepcionista perguntou-me por que seu computador mostrava que eram 10:30h quando na verdade eram 9:30h. Eu disse: “Eu não sei”. Se eu fosse um profissional de TI provavelmente teria dito a ela que aquela era uma boa pergunta e que eu tentaria descobrir a resposta, já que o fato poderia ser indicativo de um problema ainda maior. Mas, não sendo um perito em computação, um simples “Eu não sei” pareceu-me a melhor resposta. Havia um amigo meu que costumava alertar do perigo de se seguir “pegadas de coelho” – ou seja, deixar-se apanhar na armadilha de responder perguntas que não precisamos responder.
A disposição para admitir que não sabemos tudo pode ser um indicador de inteligência. Devemos ter o desejo de aprender continuamente; é assim que crescemos em todas as áreas de nossa vida. Entretanto, presumir que todo problema tem uma resposta fácil, ou que devemos, de alguma forma, ter a resposta para todas as perguntas é ingenuidade.
Quando eu estava no quinto ano do ensino fundamental, às vezes o professor fazia uma pergunta filosófica para a classe, como por exemplo: “Por que estamos aqui?” Lembro-me de um de meus colegas de classe responder: “Podemos procurar a resposta na enciclopédia.” Suponho que o aluno tinha ouvido que todo o conhecimento do mundo estava contido nos 20 volumes da enciclopédia e, para nós, certamente parecia que assim era. (Nos dias atuais não precisamos de enciclopédias. Simplesmente buscamos as respostas no Google).
Hoje, sei muitas coisas. O tempo, estudo e experiência muito me ensinaram. Estou disposto a passar adiante tudo o que sei a qualquer um que esteja disposto a ouvir, mas uma vez que não sei todas as coisas, sou rápido em admitir: “Eu não sei”. Quando muito, podemos sempre sugerir onde ou a quem uma pessoa deve ir em busca de respostas.
Ás vezes, admitir a nós mesmos “Eu não sei” é algo bom em nosso relacionamento com Deus. Encontramos um grande obstáculo no trabalho, oramos a respeito, e ficamos a imaginar como Ele pode resolvê-lo. “Eu não sei”. Surgem dificuldades financeiras inesperadas e oramos sobre isso. Como Deus pode solucionar o problema? “Eu não sei”, dizemos. E ainda assim, ele soluciona.
A Bíblia é muito clara em muitos assuntos, mas há coisas sobre Deus – e sobre aquilo que Ele diz nas Escrituras – que não são de fácil compreensão. Por isso o Dr. Paul Brand e Philip Yancey escreveram em seu livro “In His Image” (À Sua Imagem): “Jesus Cristo tornou-Se a expressão visível e finita do Deus invisível, infinito e inexpressível.” Nós não podemos compreender tudo a respeito de Deus. Se pudéssemos, Ele não seria Deus.
Nós podemos ser como os líderes da cidade de Beréia do Antigo Testamento, os quais “... ouviam a mensagem com muito interesse. Todos os dias estudavam as Escrituras Sagradas para saber se o que Paulo dizia era mesmo verdade. (Atos 17:11). Porque, como Paulo escreveu em outra parte: “...é o segredo que Ele escondeu de toda a humanidade durante os séculos passados, porém que agora Ele revelou ao Seu povo.” (Colossenses 1:26). Nosso desejo deve ser conhecer a Deus o mais intimamente possível.
Entretanto, também devemos reconhecer que as verdades eternas de Deus estão além do total entendimento humano. Por isso Hebreus 11:1 descreve a fé como “...a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos.” Confiar em Deus, no trabalho ou em na vida privada, por vezes envolve estarmos dispostos a admitir: “Eu não sei”.
Próxima semana tem mais!
Texto de autoria de Jim Mathis, dono de um Estúdio de Fotografia em Overland Park, Kansas, USA, especializado em trabalhos corporativos, comerciais e artes dramática. Também dirige uma Escola de Fotografia. Jim é autor de "Câmaras de Alto desempenho", livro para pessoas comuns sobre fotografia digital. Foi dono de uma Cafeteria e Diretor Executivo do CBMC, em Kansas City, Kansas, Missouri. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto (jcnieto20@gmail.com).
Questões Para Reflexão ou Discussão1. Como você se sente quando lhe fazem uma pergunta e você tem que admitir que não sabe a resposta? Como você reage?
2. Como você vê a sugestão de responder evasivamente, ao invés de dizer “Eu não sei”? Você já fez isso? Qual o resultado?
3. Considerando fé e seu relacionamento com Deus, você se sente confortável em ter que admitir que às vezes precisamos responder “Eu não sei” no que toca à compreensão de Seus caminhos?
4. Você já teve uma discussão com outro seguidor de Jesus ou alguém buscando conhecer Deus e que tenha feito uma pergunta difícil? Você simplesmente disse não saber a resposta ou disse algo diferente?
Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Jó 40.1; Salmos 40.5; 92:5; 145.3; Provérbios 25.2; Isaías 40.28; 55.8-9; Romanos 11.33-34.
MANÁ DA SEGUNDA® é uma reflexão semanal do CBMC - Connecting Business and Marketplace to Christ, organização mundial, sem fins lucrativos e vínculo religioso, fundada em 1930, com o propósito de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo com a comunidade profissional e empresarial. © 2017 - DIREITOS RESERVADOS PARA CBMC BRASIL