Maná da Segunda: Para Onde Foram os Líderes?
Por Robert J. Tamasy
Lee Iacocca, afamado executivo, que teve o mérito de recuperar a fabricante de automóveis Chrysler Corporation, escreveu recentemente o livro, “Where Have All the Leaders Gone”?, (Para Onde Foram Todos os Líderes?). Eu não li o livro ainda, mas o título levanta uma pergunta pertinente: "Para onde foram todos os líderes?"
Se você reunir 20 pessoas numa sala e lhes pedir que definam ou descrevam uma boa liderança é provável que obtenha 20 pontos de vista diferentes. Para alguns, liderança significa controlar totalmente o que está sob sua subordinação. Outros, gostam de micro-gerenciamento, conhecendo e gerindo cada detalhe que se passa ao seu redor. Outros ainda, preferem uma abordagem mais distanciada, delegando atividades.
Embora não exista um estilo particular, que seja ideal para todos os líderes, algo precisa ser dito sobre quem confere poderes aos que com ele trabalham. Lao-Tsu, filósofo chinês, no livro "Tao Te Ching", afirma: “As pessoas quase não notam a presença do melhor líder; o segundo melhor é honrado e elogiado; o terceiro, temido; o seguinte é odiado. Mas quando o trabalho do melhor líder é concluído, as pessoas dizem: ‘Nós o fizemos sozinhos’”.
Princípios idênticos são apresentados na Bíblia, embora de modo diferente. Filipenses 2.3-4 afirma: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.”
No início de minha carreira tive um gerente que insistia em trabalhar regularmente, lado a lado, com cada um de seus liderados. Para alguns líderes, um gesto assim seria humilhante. “Líder dá ordens e outros fazem o trabalho”, diriam. Mas para Joe, aquela era a maneira de dar exemplo aos que se reportavam a ele. “Jamais peço a alguém fazer algo que eu não esteja disposto a fazer”, explicava. E como pude observar ele falava sério. Com humildade, Joe considerava os outros como iguais, mesmo que desempenhassem funções de menor importância e nós sentíamos que ele estava, em primeiro lugar, atento ao nosso melhor interesse.
Desde então tenho encontrado poucos líderes que compartilhassem dessa mesma atitude. A maioria estava demasiadamente ciente de sua elevada posição de autoridade e, para que não esquecêssemos disso, fazia questão de lembrar freqüentemente a seus subordinados, de sua “superioridade”. Isso não é liderança, mas egocentrismo e, às vezes, abuso de autoridade.
Vejamos duas outras observações sobre liderança tiradas da Bíblia:
. Líderes têm conhecimento das necessidades de seus seguidores. Para uma performance com o máximo de eficiência, os empregados precisam ter suas necessidades básicas satisfeitas: remuneração adequada, ambiente de trabalho apropriado, assistência suficiente em projetos complexos, comunicação clara do líder e sensibilidade para com suas questões pessoais. “Esforce-se para saber bem como suas ovelhas estão, dê cuidadosa atenção aos seus rebanhos... os cordeiros lhe fornecerão roupa, e os bodes lhe renderão o preço de um campo” (Provérbios 27.23-26).
. Líderes proporcionam estabilidade em tempos turbulentos. Liderança fraca gera confusão que pode levar ao caos. Quando há vazio na liderança, qualquer um pode se apresentar para preenchê-lo. Líder forte deixa claro quais os objetivos e a direção da empresa, para que seus seguidores possam apoiá-lo e contribuir para a missão corporativa. “Quando um país é rebelde, tem muitos governantes, mas o homem sábio e sensato mantém a ordem” (Provérbios 28.2).
Próxima semana tem mais!
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Texto de autoria de Robert J. Tamasy, vice-presidente de comunicações da Leaders Legacy, corporação beneficente com sede em Atlanta. Georgia, USA. Com mais de 30 anos de trabalho como jornalista, é co-autor e editor de nove livros. Recentemente colaborou com David A. Stoddard em "The Heart of Mentoring: 10 Proven Principles for Developing People to Their Fullest Potential" (A Essência de Mentorear: 10 Princípios Provados Para o Desenvolvimento Pessoal em Todo o Seu Potencial" e, com Ken Johnson, “Pursuing Life With a Shepherd’s Heart” (Vivendo Com um Coração de Pastor). Tradução de Mércia Padovani. Revisão e adaptação de J. Sergio Fortes (jsfortes@globo.com)
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