Por John D. Beckett
Há meses Maria vinha se preparando para aquele dia: seu recital de piano, que aconteceria na manhã de sábado, estava chegando. Ela não conseguia pensar em mais nada. O melhor de tudo era a euforia por saber que seu pai estaria lá! Sua expectativa fez com que deixasse passar todas as demais vezes em que ele perdera eventos como esse por causa do seu trabalho, o qual frequentemente envolvia viagens de negócios fora da cidade.
No dia anterior ao recital o chefe de seu pai telefonou. Será que a estória iria se repetir, pensou Maria, enquanto seu pai falava com seu empregador? Será que ele seria enviado para fora da cidade outra vez?
Pelo que Maria pôde ouvir, seu pai estava fazendo o possível para se eximir de fazer a viagem, mas assim que desligou o telefone, ficou óbvio que não obtivera sucesso. Ele precisaria pegar um avião naquela noite. Seu comparecimento ao recital não seria possível.
Maria fez o que pôde para agir como um adulto. Afinal de contas, ela já estava com quase dez anos de idade! Desta vez, porém, sua tristeza doía mais do que nunca. “Por que o trabalho do papai sempre tem que vir em primeiro lugar e não os momentos importantes com a família?”, ela ficou a se perguntar.
Lutando com a necessidade de desapontar sua filha outra vez, seu pai ponderava de forma semelhante: “Eu aprecio o meu trabalho, mas detesto desapontar minha família uma vez após outra. Será que não existe um modo de ter uma carreira bem-sucedida sem que seja preciso sacrificar minha família para obtê-la?”
Questões Para Reflexão/Discussão:
1. “Fé, família e trabalho” – para muitos entre nós isto representa o elenco saudável de prioridades. O trabalho quer forçar caminho para o topo da lista, queiramos nós ou não. De que modo podemos efetivamente conseguir tempo para as coisas mais importantes, assegurando-nos de governarmos nossas prioridades, ao invés de sermos governados por elas?
2. O que o pai de Maria poderia fazer para estreitar seus laços com sua filha, especialmente se essa última viagem de negócios for inevitável e ele sabendo que precisa desapontá-la mais uma vez?
3. Empregadores e empregados poderiam – ou deveriam – entrar em algum tipo de entendimento ou concordância prévios quanto a prioridades familiares e pessoais, de modo a não permitir que acontecimentos importantes sejam toldados por questões de trabalho? Ou será que cabe aos empregadores somente a responsabilidade de assegurar que seus clientes e acionistas sejam tratados de forma apropriada e os prazos sejam cumpridos, não importa o que precise ser feito? Explique sua resposta.
Melhores Práticas:
As empresas não atingem seus objetivos quando desconsideram ou deixam de reconhecer a prioridade da família. Na busca por resultados, ignoram a realidade de que seus empregados são pessoas com múltiplos aspectos – são indivíduos cujas vidas possuem facetas importantes que existem fora do ambiente de trabalho.
As melhores empresas – aquelas que exibem os empregados mais satisfeitos e leais, procuram ser e permanecer amistosas para com as famílias. Tais companhias compreendem que os mais produtivos e eficientes empregados desfrutam de uma feliz vida familiar. Por isso, essas empresas procuram reforçar os valores familiares em suas políticas e práticas.
Para maiores considerações:
• É tentador colocar as necessidades da empresa em primeiro lugar, mas líderes experientes têm consciência de que valores duradouros devem ser abraçados, tal como dar oportunidade para que exigências pessoais e profissionais estejam em equilíbrio. Nesse processo, as companhias geralmente descobrem que se tornam mais produtivas e prósperas. “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.” (Mateus 6:33).
• Algumas companhias parecem ter a intenção de extrair até a última gota de energia e produtividade de seu pessoal, mas isso frequentemente cobra um preço alto de todos os envolvidos. Portanto, as necessidades emocionais e os relacionamentos de todos na organização merecem séria consideração. “Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando ao máximo cada oportunidade...” (Efésios 5:15-16).
• Infelizmente, o mundo empresarial e profissional está repleto de famílias devastadas, feridas por trabalhadores que falharam em estabelecer e nutrir os relacionamentos importantes dentro de seus lares. Frequentemente estas “ruínas” não têm como ser reparadas. Mais um motivo para que empregados se esforcem para honrar os importantes relacionamentos familiares e suas prioridades. Na maioria dos casos, lares felizes, especialmente aqueles centrados na fé em Deus, produzem trabalhadores satisfeitos. “Ele fará com que os corações dos pais se voltem para seus filhos, e os corações dos filhos para seus pais;...” (Malaquias 4:6).
Próxima semana tem mais!
Texto de autoria de John D. Beckett, presidente da R. W. Beckett Corporation em Elyria, Ohio, E.U.A., uma das principais fabricantes de sistemas de aquecimento residenciais e comerciais do mundo. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto. (jcnieto20@gmail.com)
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