Por Jim Mathis
Os Estados Unidos do Século XXI detém uma distinção duvidosa: esta parte da América ficou conhecida por gerar mais processos do que qualquer outra sociedade que já existiu. Isso se evidencia pela quantidade de anúncios na TV, rádio e cartazes promovendo agressivamente firmas de direito em busca de novos clientes. Algumas pessoas dizem que o problema é a existência de advogados demais, todos ansiosos por se envolverem em algum litígio. Entretanto, o número de advogados não é o problema central. A questão básica é o grande número de pessoas que não estão dispostas a trabalhar numa solução amistosa ou fora dos tribunais. Ao contrário, elas insistem em que as coisas sejam feitas do seu jeito, preferindo processar quando não recebem aquilo que pensam merecer.
Jesus Cristo se referiu a isso em uma passagem comumente conhecida como “O Sermão da Montanha”. Em poucas centenas de palavras, conforme relatado em Mateus 5-7, Jesus explicou o que significa ser Seu discípulo – Seu aluno e seguidor. Numa linguagem clara e precisa, Jesus explica como viver de forma a honrar a Ele e confiar no poder que recebemos quando depositamos nEle a nossa confiança.
Jesus primeiramente fala a respeito dos benefícios da generosidade e dos malefícios da ganância. Ele fala sobre assassinato e adultério, o poder de perdoar e não buscar vingança, e sobre não estar ansioso ou preocupado. Ele faz uma declaração radical a respeito de amar, e não odiar, nossos inimigos.
Acerca da inclinação de ir aos tribunais para resolver conflitos, Ele disse: “Entre em acordo depressa com seu adversário que pretende levá-lo ao tribunal. Faça isso enquanto ainda estiver com ele a caminho, pois, caso contrário, ele poderá entregá-lo ao juiz, e o juiz ao guarda, e você poderá ser jogado na prisão.” (Mateus 5:25). Em outras palavras, devemos resolver as disputas com outras pessoas sem termos que confiar nos órgãos governamentais para que prescrevam remédios legais para nós.
Isso explica porque Jesus incluiu esse assunto em Seu Sermão da Montanha; ele se insere dentro do contexto de perdão e humildade, e em não buscar vingança contra danos que nos causam. Freqüentemente nos percebemos inclinados a exigir nossos direitos, não estando dispostos a ouvir o que os outros nos dizem ou a negociar um acordo que seja aceitável para todos.
Outra razão para evitar a ida aos tribunais é impedir que o julgamento se vire contra você. Como diz Provérbios 25:7-8: “...O que você viu com os olhos não leve precipitadamente ao tribunal, pois o que você fará, se o seu próximo o desacreditar?”
Quando entrei no mundo dos negócios cerca de 50 anos atrás, tinha alguns objetivos principais. Um era ser totalmente honesto e jamais fazer alguma coisa antiética ou ilegal. Outro objetivo era tentar resolver todas as disputas sem nunca ter que processar alguém e também evitar ser processado. Até agora, tudo bem.
O perdão genuíno pode envolver uma perda financeira temporária em nosso balanço. Eu experimentei isso umas poucas vezes. Entretanto, perdoar outros por algo de errado que tenham feito também proporciona liberdade e nos isenta da raiva e amargura que poderiam nos afligir por longo tempo.
Isso não quer dizer que não devemos buscar uma solução apropriada para os conflitos. Jesus propôs uma abordagem alternativa: “Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. Mas se ele não o ouvir, leve consigo mais um ou dois outros, de modo que qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas.” (Mateus 18:15-16). Adotar essas medidas pode ajudar a economizar muito tempo e dinheiro e ainda curar relacionamentos rompidos.
Próxima semana tem mais!
Texto de autoria de Jim Mathis, dono de um Estúdio de Fotografia em Overland Park, Kansas, USA, especializado em trabalhos corporativos, comerciais e artes dramáticas. Também dirige uma Escola de Fotografia. Jim é autor de "Câmaras de Alto desempenho", livro para pessoas comuns sobre fotografia digital. Foi dono de uma Cafeteria e Diretor Executivo do CBMC, em Kansas City, Kansas, Missouri. Tradução de Mércia Padovani. Revisão e adaptação de Juan Nieto.
MANÁ DA SEGUNDA® é uma reflexão semanal do CBMC - Conectando Business e Mercado a Cristo, organização mundial, sem fins lucrativos e vínculo religioso, fundada em 1930, com o propósito de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo com a comunidade profissional e empresarial. © 2021 - DIREITOS RESERVADOS PARA CBMC BRASIL
Questões Para Reflexão ou Discussão1. Você já foi processado por outra pessoa ou já achou necessário levar alguém ao tribunal para entrar em acordo em uma disputa ou corrigir erros? Como foi isso?
2. Em sua opinião, por que tantas pessoas estão dispostas a adotar ações legais ao invés de tentar resolver conflitos fora das salas de conciliação dos tribunais?
3. De que forma o ensino de Jesus sobre perdão e amor aos inimigos se aplica ao contexto de pessoas processando-se mutuamente?
4. O que a forma pela qual optamos por resolver conflitos – seja através de procedimentos judiciais ou acordos extrajudiciais – diz a respeito da nossa fé e do nosso relacionamento com Deus?
Nota: Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Levítico 19:17-18; Provérbios 25:9-10; Mateus 5:7-10, 43-48; 18:21-35; Marcos 12: 30-31.