Por Dr. Stephen Graves
Eu amo quando um líder experimentado faz um sumário ou resumo executivo refinado com pontos ou princípios que você pode entender rapidamente. Essa é uma das razões pelas quais o Sermão da Montanha de Jesus Cristo sempre me cativou. Como relatado em Mateus 5-7, Jesus reuniu Sua “equipe de liderança” (um grupo que incluía um ex-pescador, uma figura política e um coletor de impostos) para um retiro estratégico na montanha onde Ele apresentou o equivalente de uma declaração de missão, visão e valores para o novo empreendimento deles.
Quase todos os executivos que conheço destinam um tempo todos os anos para se conectar com a sua equipe sênior a respeito de itens cruciais que orientam seus empreendimentos. Assim como o Presidente dos Estados Unidos discursa à nação sobre o Estado da União todos os anos, todos os líderes deveriam também apresentar regularmente um discurso sobre o “Estado dos Negócios” para sua organização, articulando o “O Que, Por Que e Como” de seu empreendimento.
Eu gastei a maior parte de minha vida adulta ponderando acerca desses três capítulos do Evangelho de Mateus. Durante o período de dois anos em que eu os estudei intensivamente, concordei com a declaração do escritor Philip Yancey relativamente ao Sermão da Montanha: “Se falho em entender esse ensinamento, falho em entender a Ele.”
Aqui estão 10 ensinamentos extraídos do Sermão da Montanha para o mundo empresarial e profissional:
1. Nenhum versículo sozinho contém todos os pensamentos de Deus sobre um único tópico. Em outras palavras, eu preciso captar o que a Bíblia diz a respeito de um dado tema para capturar exatamente o pensamento de Deus a respeito desse tema.
2. Exercer um grande e duradouro impacto e influência do reino usualmente requer adaptar e customizar sua abordagem à sua audiência. Quando penso sobre isso, vejo que Jesus tinha pelo menos quatro tipos de audiência ao longo de Seu ministério, cada uma delas tendo uma abordagem particular: O Forasteiro Desinteressado, O Observador Interessado, O Aprendiz Comprometido e o Coração Faminto.
3. O Evangelho viaja pela estrada dos relacionamentos cuidadosos e autênticos. A fórmula para um maior impacto do reino é uma vida que demonstra redenção e graça, relacionamento autêntico e intencionalmente customizado. Ninguém deseja ser um marco na trajetória de sucessos de outra pessoa.
4. Influência duradoura tem mais a ver com quem você é do que com o que você faz. Talvez essa seja a razão para Jesus iniciar o Seu Sermão com as “Beatitudes” (Nota da tradução: o autor faz um trocadilho com a expressão Be attitudes – algo como atitudes de Ser) - quem eu devo ser, mais do que aquilo que eu devo fazer.
5. A maneira como eu aceito a cultura define a maneira como eu entendo o Evangelho. A forma como eu percebo o Evangelho dita a forma como eu encaro o engajamento cultural como seguidor de Jesus Cristo. Os seguidores de Jesus Cristo aplicaram o Evangelho à sua cultura de uma entre quatro maneiras possíveis: Cristo contra a Cultura – Retirada; Cristo na Cultura – Consentimento; Cristo acima da Cultura -Ordenação; Cristo o Transformador da Cultura – Influência. H. Richard Niebuhr foi quem primeiro captou essas diferenças em sua obra clássica, Cristo e a Cultura.
6. Jesus redirecionou o padrão de justificação das ações externas para o coração. A verdadeira justificação jamais teve a intenção de ser apenas uma prática exteriormente orientada. Jesus sempre pretendeu que nossa fé fosse uma jornada transformadora e baseada no coração.
7. Jesus tinha a expectativa de que o verdadeiro Evangelho (a justificação de dentro para fora) tocasse e transformasse tudo o que nos diz respeito. Seu trabalho redentor deve afetar cada detalhe de nossa vida e trabalho.
8. Se Jesus pode perfeitamente cuidar de coisas de menor valor (como flores e pássaros), por que eu vou me preocupar com a possibilidade de Ele não tomar conta de mim (Sua maior criação)?
9. Autenticidade é essencial, mas difícil de obter. As aparências externas nem sempre refletem nossas motivações e desejos internos.
10. Eu devo trabalhar em minha própria vida com toda a intensidade que eu possa reunir. Então, eu posso confiar em Deus para que possa abordar os problemas e deficiências que eu vejo nas outras pessoas.
Próxima semana tem mais!
Dr. Stephen R. Graves descreve-se como um estrategista organizacional, teólogo pragmático e capitalista social. Ele aconselha executivos e empresários, bem como jovens empreendedores. Ele é autor de inúmeros livros e muitos artigos e um orador público. Seu site é www.stephenrgraves.com. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto.
MANÁ DA SEGUNDA® é uma reflexão semanal do CBMC - Connecting Business and Marketplace to Christ, organização mundial, sem fins lucrativos e vínculo religioso, fundada em 1930, com o propósito de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo com a comunidade profissional e empresarial. © 2024 - DIREITOS RESERVADOS PARA CBMC BRASIL
Questões Para Reflexão ou Discussão
1) Você acha que é importante para os líderes que não apenas compreendam, mas também comuniquem eficazmente a missão, visão e valores da organização – o O Que, Como e Por Que - que têm o propósito de orientá-los? Explique sua resposta.
2) Se alguém lhe pedisse para descrever a missão, visão e valores de sua companhia, como você responderia?
3) O Sermão da Montanha de Jesus Cristo é familiar para você? Você concorda que muitos de seus princípios podem ser diretamente aplicados às questões e desafios que encontramos todos os dias no mercado de trabalho? Por quê?
4) Qual dos pontos citados pelo autor lhe parece mais significativo?
Nota: Desejando considerar outras passagens bíblicas relacionadas ao tema sugerimos: I Samuel 16:7; Jeremias 31:33; Mateus 5:1-16; 6:1-23; 7:1-14, 24-27; II Timóteo 3:16-17.
Desafio
Desenvolver declarações de missão, visão e valores para uma organização é uma coisa. Porém, compreender nossa própria missão, visão e valores pessoais é algo diferente – embora igualmente importante. Esta semana, se você ainda não o fez, tente colocar por escrito o que você considera ser sua missão de vida; a visão que você tem não apenas para o presente, mas também para o futuro; e os valores pelos quais você procura viver e trabalhar.
Considere procurar um amigo de confiança – ou um pequeno grupo, como o seu grupo da CBMC, se você faz parte de um – para ajudá-lo a fazer isto.