Por Jim Langley
Às vezes ouvimos alguém dizer – falando sobre o que gostam de fazer – “Esta é a minha vocação (ou chamado).” Mas, o que será esta coisa misteriosa à qual nós às vezes nos referimos como “vocação”? A experiência tem me ensinado que vocação é o lugar onde nossos interesses, talentos e oportunidades se cruzam – aquele “ponto ideal” onde nos superamos.
Dom e talento são termos geralmente usados de forma intercambiável. Eu tive um professor que fez uma afirmação que jamais esqueci. Ele disse: “Talento é a palavra usada pelas pessoas que não querem fazer um determinado trabalho para descrever aqueles indivíduos que realizam esse trabalho.” Isso pode não ser totalmente verdadeiro, mas vale a pena pensar a respeito.
Nós poderíamos descrever que dom ou talento é “interesse turbinado”. Se uma pessoa está tão interessada ou apaixonada por determinado assunto a ponto de estar disposta a gastar mais tempo estudando a respeito, praticando ou aprendendo sobre ele mais do que outra pessoa, geralmente dizemos que ela é dotada para fazer aquilo. Pessoas assim fazem parecer que aquilo que estão fazendo é tão fácil...
É possível que talento, mais do que uma habilidade inata, seja o desejo e a capacidade de aprender? Por exemplo, se gastarmos o tempo suficiente e fizermos o esforço necessário para aprender a tocar bem um instrumento, alguém pode declarar que somos “talentosos”. Se dizemos que alguém é talentoso, na verdade estamos dizendo que aquela pessoa dedicou muito mais tempo e atenção em seu objetivo particular do que a maioria de nós estaria disposta a dedicar.
Se nós amamos alguma coisa de maneira tal que passamos grande parte de nossa vida aprendendo sobre ela, praticando-a e aperfeiçoando-nos naquilo, quando tivermos a oportunidade de pôr em prática essa habilidade podemos dizer que somos chamados, vocacionados a fazê-lo – que aquela é a nossa vocação. O que realmente sei é que se estivermos trabalhando de acordo com nosso chamado, o trabalho é uma alegria. Não queremos parar e o tempo passa rapidamente enquanto o realizamos. Nós podemos nos sentir como se tivéssemos nascido para fazer aquilo.
Por outro lado, trabalhar fora do nosso chamado pode se transformar num enfado. O trabalho se torna cada vez mais difícil e, geralmente, produzimos um trabalho deficiente como resultado. Qual a porcentagem das pessoas que sentem estar fazendo o que foram chamadas a fazer? Eu ousaria dizer que é um número bem pequeno, baseado na quantidade de pessoas que dizem não gostar de seu trabalho. Deve ser triste jamais sentir a empolgação de fazer aquilo que fomos colocados aqui para fazer.
Enquanto crescia, eu tinha uma concepção errada do que era talento, pensando que eu ou o possuía ou não. Se eu tentasse alguma coisa que parecia difícil e não obtivesse sucesso imediato, presumia que eu não era dotado de talento para aquela área. Ao ficar mais velho, contudo, aprendi que trabalhando com mais afinco, aprendendo mais sobre o que fazia ou recebendo instrução através de um mentor, eu poderia desenvolver aquela habilidade.
Ao mesmo tempo, para aqueles de nós que são seguidores de Jesus Cristo, sabemos pelas Escrituras que Deus realmente chama e equipa cada um de nós para desempenhar papéis específicos de serviço. Salmos 139:14 declara que somos feitos “de modo especial e admirável”, e eu acredito que isso inclui nossos interesses e habilidades.
Descrevendo a Igreja, ou o que a Bíblia chama de “o corpo de Cristo”, o apóstolo Paulo escreveu: “Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros. Temos diferentes dons...” (Romanos 12:4-6). Para melhor operar, cada um de nós deve contribuir com nossos dons – cumprir o nosso chamado.
O dom ou chamado de uma pessoa é a paixão, o interesse turbinado que nos motiva a despender o tempo necessário, buscar os melhores professores, e desenvolver os talentos que dão significado e alegria a nossa vida.
Próxima semana tem mais!
Texto de autoria de Jim Langley, agente e perito em seguros de vida (CLU), da New York Life, desde 1983. Membro ativo do CBMC Santa Bárbara, Califórnia, desde 1987. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto.
MANÁ DA SEGUNDA® é uma reflexão semanal do CBMC - Conectando Business e Mercado a Cristo, organização mundial, sem fins lucrativos e vínculo religioso, fundada em 1930, com o propósito de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo com a comunidade profissional e empresarial. © 2023 - DIREITOS RESERVADOS PARA CBMC BRASIL
Questões Para Reflexão ou Discussão
1. Quando você ouve alguém se referir à “vocação” de uma pessoa, o que lhe vem à mente?
2. Se alguém lhe perguntasse qual é sua vocação, o que você responderia? Por quê?
3. Qual sua reação à afirmação de que o talento ou chamado de alguém é o resultado do “interesse turbinado” que motiva a pessoa a gastar considerável quantidade de tempo estudando sobre algo, praticando e se dispondo a aprender mais sobre o assunto com outra pessoa?
4. Como você acha que uma pessoa poderia aprender sobre o seu chamado e cultivá-lo, caso ela não esteja atualmente certa sobre qual possa ser aquele chamado ou vocação?
Nota: Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Salmos 139:15-18; Romanos 12:6-8; I Coríntios 12:12-27; Efésios 4:11-13.