Por Jim Mathis
Ao assistirmos a uma competição esportiva, seja futebol americano, basebol, basquete, hockey, futebol ou mesmo corridas de carro, uma coisa é óbvia: é preciso jogar todos os tempos, períodos, entradas ou parciais, seja lá como forem chamados. É muito bom estar na liderança e vencer o seu oponente na primeira porção da competição, mas ainda será preciso jogar o jogo até o fim. Com bastante frequência, os últimos minutos de um jogo – no basebol, a entrada (inning) final – são importantes. Às vezes, os segundos finais ou a última rebatida determina o placar.
Estou agora em meados dos meus sessenta anos. Seja como for que você encare isso, entrei no último tempo da minha vida, certamente no último “quarto” dos meus sessenta e alguns anos. Qualquer coisa acima dos 80 anos é provavelmente “acréscimo de tempo”. Entretanto, tive uma vida produtiva; deixar o relógio correr ou pedir “tempo” a esta altura não me parece lá muito esportivo, embora eu sinta que adquiri uma vantagem respeitável ao adentrar este último período.
Muitas pessoas da minha idade, porém, já começaram a olhar para o relógio, conscientes de que se aproximam da linha de chegada. Isso quando já não jogaram a toalha e foram para o chuveiro. O interessante para mim é que me sinto tão bem quanto sempre estive. Não estou cansado, sinto-me mais criativo, e definitivamente conheço muito mais do que conhecia. Realisticamente, pode ser o momento de revisar meu plano de jogo, fazer escolhas melhores ou começar a jogar como se o resultado da partida já se avizinhasse. Mas deixar o tempo escoar, talvez encontrando uma cadeira de balanço confortável em algum lugar ou afiando minhas habilidades no jogo de bocha? Nem pensar!
Na Bíblia, o apóstolo Paulo fez uma analogia da vida com uma corrida de atletismo, enfatizando a ideia de que, ao competirmos, devemos correr todo o percurso. Em I Coríntios 9:24 ele disse: “Vocês não sabem que de todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio? Corram de tal modo que alcancem o prêmio.”
O escritor do livro de Hebreus usou um argumento bem parecido: “Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta.” (Hebreus 12:1).
Muitos de nós parecem ter abraçado a ideia de que, a certa altura da vida, podemos ficar em “ponto morto”, deslizar e ainda assim “ganhar a corrida”. Este é um conceito relativamente novo, que data do início da era industrial. Provavelmente originou-se da ideia de que pessoas com sessenta anos de idade já não eram capazes de descer às minas, operar máquinas pesadas ou continuar realizando tarefas extenuantes mais compatíveis com corpos jovens. Ou quem sabe seja apenas um “benefício” introduzido pelos sindicatos para dar aos jovens a oportunidade de assumir o trabalho das pessoas mais velhas. Hoje, com o avanço da tecnologia, ideias como essas estão ultrapassadas, a menos que exista uma incapacitação ou limitação física significativa que interfira com a capacidade de trabalhar.
Quanto a mim, pretendo jogar e correr o mais rápido que puder até o último segundo do relógio, o apito final, a trombeta de Gabriel ou seja lá o que for que faça parar o jogo para mim. Afinal de contas, devemos isso ao treinador, nosso time e a nós mesmos – em última analise, a Deus que nos colocou nesta terra. Para isso fomos colocados aqui – perseverar e jogar o jogo até o fim.
Próxima semana tem mais!
Texto de autoria de Jim Mathis, dono de um Estúdio de Fotografia em Overland Park, Kansas, USA, especializado em trabalhos corporativos, comerciais e artes dramática. Também dirige uma Escola de Fotografia. Jim é autor de "Câmaras de Alto desempenho", livro para pessoas comuns sobre fotografia digital. Foi dono de uma Cafeteria e Diretor Executivo do CBMC, em Kansas City, Kansas, Missouri. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto.
Questões Para Reflexão ou Discussão1. O que você pensa da aposentadoria? Você espera por ela e faz planos para quando chegar a hora? A que conclusão você chegou, até agora?
2. Mesmo sendo jovem, longe da possibilidade de aposentar-se de um emprego de tempo integral, é interessante considerar como pretende usar o seu tempo, energia e habilidades enquanto “está no jogo”. O que você pensa disso?
3. Você concorda com a comparação entre competir até o final de uma partida esportiva e o desafio de perseverar através dos rigores da vida diária e do trabalho? Por quê?
4. O versículo de Hebreus fala sobre tudo o que nos “atrapalha e envolve”. Quais seriam essas coisas para você? Como vencer tais obstáculos? Vale a pena tentar?
Nota: Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Lucas 21:14-19; João 19:30; Romanos 5:3-5; II Timóteo 4:6-8; Tiago 1:2-4.