Por Robert Tamasy
Nos últimos anos tem sido um privilégio para mim escrever diversos livros contando as histórias e legados de companhias familiares que passaram por diversas gerações. Duas delas tiveram início nos primeiros anos da década de 1930 e hoje fazem a transição para a quarta geração de líderes da família. Suas histórias são inspiradoras.
Estatisticamente, apenas uma porcentagem mínima de negócios chega à segunda geração de seus proprietários; alcançar a terceira geração de uma mesma família já é mais incomum; agora, transferir com sucesso a liderança para uma quarta geração é uma exceção. Sendo assim, como essas companhias conquistaram um feito tão raro em longevidade?
Certamente, elas foram afortunadas por ter membros de quatro gerações sucessivas que compartilhavam o interesse em continuar trabalhando num mesmo campo de negócios. Elas resistiram a turbulências econômicas ao longo dos anos, bem como enfrentaram muitas mudanças tecnológicas e culturais. Mas a chave para o seu sucesso foi a manutenção de um foco de concordância sobre o que poderiam ser chamados de “fundamentos básicos”.
Bem cedo, ambas as companhias adotaram declarações de missão, visão e valores, revisitadas frequentemente no decorrer dos anos. Uma vez que essas declarações eram formalmente escritas e adotadas, revisá-las regularmente ajudou a manter todos literalmente “no mesmo compasso”. Isso auxiliou a manter uma cultura corporativa consistente, bem como a afirmar os princípios e valores que os ajudou a sustentar e construir as companhias desde seus modestos começos.
Ambos os empreendimentos davam prioridade máxima ao trabalho árduo, à inovação, excelência no desempenho e serviço ao consumidor. As gerações sucessivas eram instruídas nesses princípios, imprimindo-lhes a compreensão de que pertencer àquela família não lhes dava o direito de simplesmente lucrar com o trabalho de outras pessoas. Quer gerenciemos o nosso próprio negócio, ou trabalhemos para companhias estabelecidas, todos podemos nos beneficiar ao seguirmos a mesma filosofia. Encontramos esse conceito repetidas vezes sendo ensinado na Bíblia:
Compartilhar de uma missão em comum. Qual é o nosso propósito? Por que estamos aqui? Essas são questões que todos dentro da organização devem entender e serem capazes de articular. Jesus exemplificou isso com Seus seguidores: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações... ensinando-os a obedecer a tudo o que Eu lhes ordenei.” (Mateus 28:19-20).
Abraçar uma visão em comum. Outra boa pergunta que todos deveriam ser capazes de responder é: “Para onde estamos indo – e como saberemos que já chegamos lá?” Novamente, Jesus deixou Seus discípulos com um sentido claro de para onde estavam indo. “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão Minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra.” (Atos 1:8).
Adotar valores em comum. Já foi dito que valores são mais facilmente percebidos do que ensinados, mas eles ainda precisam ser articulados e é necessário que se haja de acordo com eles. “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.” (Deuteronômio 6:5-7).
Próxima semana tem mais!
Robert J. Tamasy, vice-presidente de comunicações da Leaders Legacy, corporação beneficente com sede em Atlanta. Geórgia, USA. Com mais de 30 anos de trabalho como jornalista, é co-autor e editor de nove livros. Tradução de Mércia Padovani. Revisão e adaptação de Juan Nieto.
Questões Para Reflexão ou Discussão1. Você já trabalhou em uma empresa familiar que atravessou múltiplas gerações ou fez negócios com uma empresa assim? Quais as características que você observou?
2. Por que, em sua opinião, é tão difícil para uma companhia bem-sucedida sobreviver à transição de uma geração para outra de líderes?
3. Você concorda que é necessário que haja uma declaração de missão, visão e valores claramente articulada para perpetuar uma organização? Por quê?
4. De um ponto de vista espiritual, como esse conceito de senso de missão, visão e valores se aplicam? Como esses princípios espirituais se relacionam com a forma de desempenharmos nossos papeis e responsabilidades profissionais?
Nota: Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Números 15:38-41, Josué 1:6-9; Efésios 2:10; Filipenses 4:8-9; II Timóteo 3:16-17.