Por Rick Boxx
Você algum dia já parou para examinar sua forma de ver o mundo e os fatores que formaram essa visão? Nossa visão do mundo é de fundamental importância, já que molda a maneira como pensamos a respeito dele e como reagimos a ele. Sob este enfoque, muitas opiniões comumente sustentadas nos negócios são contrárias à visão bíblica do mundo e seríamos sensatos se compreendêssemos como essas perspectivas são conflitantes. Aqui estão algumas delas:
Lucros. Nos anos 1980, o famoso economista Milton Friedman proclamou: “O único propósito de um negócio são os lucros.” Muitos líderes abraçaram a visão de Friedman, justificando sua busca para aumentar os lucros a qualquer custo. Em 1987, essa visão foi publicamente exposta no filme “Wall Street” (N.T. Aqui no Brasil, “Wall Street – Poder e Cobiça”). Numa cena fundamental, no momento em que a bolsa de valores entrava em colapso, em grande parte devido à ganância, Michael Douglas, fazendo no filme o papel de Gordon Gecko, ironicamente declara: “A ganância é boa!” Infelizmente, muitos ainda acreditam neste lema, apesar das inúmeras evidências de que tal coisa é errada.
O paradoxo surge quando consideramos o que a Bíblia diz. Por exemplo, I Coríntios 10:31 ensina: “Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.” É o mesmo que dizer que Deus deseja que a nossa empresa – nosso trabalho – resulte em glória para Ele, e não vise apenas obter lucros. Que ponto de vista você escolheu?
Parceria. Jim tinha uma empolgante ideia para um novo negócio, mas ela exigia uma quantia significativa de dinheiro para ser lançada. Um conhecido ofereceu-se para investir os recursos necessários e tornar-se sócio igualitário de Jim. Embora a esposa de Jim o tenha alertado quanto a associar-se em “jugo desigual” com aquele homem, o qual não compartilhava das mesmas crenças e valores, Jim foi em frente, ansioso por obter o financiamento que precisava.
A história teve um rápido e triste desfecho um ano mais tarde quando o sócio de Jim o forçou a deixar o negócio porque desdenhava de suas crenças espirituais. Nós vemos um dilema similar em II Crônicas 20:37, depois que Josafá, o rei de Israel, se associou a um rei ímpio para construir navios. Deus destruiu os navios e enviou um profeta para dizer a Josafá: “...Por haver feito um tratado com Acazias, o Senhor destruirá o que você fez.”...
Posição. O mundo profissional e empresarial nos diz que podemos escolher quem bem entendermos para ser nosso sócio. Deus, entretanto, é o dono de todas as coisas, de acordo com as Escrituras. Se isto é verdade, Ele não deveria ter o direito de escolher as pessoas com quem nos associamos – e a forma como trabalhamos com elas?
Quando eu era jovem, galgando a escada corporativa, minha mentalidade estava focada em subir mais e mais, de forma a ter mais e mais pessoas que servissem a mim. Foi então que uma experiência sacudiu essa forma de ver a mundo!
O presidente do banco para o qual eu trabalhava pediu aos empregados que trouxessem seus carros, pois ele iria lavá-los, num ato de serviço a todo o quadro de funcionários. Quando, sem acreditar, questionei sua abordagem não convencional, meu chefe sorriu compreensivamente e lembrou-me que Jesus serviu Seus discípulos ao, humildemente, lavar-lhes os pés.
Jesus disse em Lucas 22:26: “...O maior entre vocês deverá ser como o mais jovem, e aquele que governa como o que serve.” A mentalidade do nosso mundo diz que os líderes devem ser servidos, mas Deus diz que os melhores líderes são aqueles que servem aos outros.
Próxima semana tem mais!
Rick Boxx é presidente e fundador da "Integrity Resource Center", escritor internacionalmente reconhecido, conferencista, consultor empresarial, CPA, ex-executivo bancário e empresário. Adaptado, sob permissão, de "Momentos de Integridade com Rick Boxx", um comentário semanal acerca de integridade no mundo dos negócios, a partir da perspectiva cristã. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto .
Perguntas para Reflexão ou Discussão1. Como você reage a estes aparentes paradoxos na forma de ver como nós deveríamos operar no mundo empresarial?
2. Em sua opinião é justificável dizer: “Para ser bem-sucedido nos negócios devemos fazer o que é preciso, embora eu saiba que a Bíblia ensina que devemos nos comportar de outra maneira no ambiente de trabalho.”? Explique sua resposta.
3. Você concorda que crenças e valores pessoais e profissionais devem ser considerados na formação de uma sociedade nos negócios? Por que não deveríamos apenas levar em conta as habilidades, talentos e investimentos tangíveis com os quais os sócios podem contribuir e só?
4. Você já trabalhou para alguém que visse o próprio papel dentro da empresa como o de uma pessoa que serve às demais? Que impacto tal atitude poderia exercer sobre empregados, clientes e fornecedores? Você crê que isso diminuiria de algum modo a influência e o poder do líder? Por quê?
Nota.: Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Mateus 6:19-24, 33; Marcos 10:45; Efésios 6:5-9; Colossenses 3:23-24.