Por Rick Boxx
No mundo dos negócios parece normal dar ênfase às qualidades e capacitação exclusivas de uma companhia. Tentamos definir o nosso “nicho”, promover nossas forças e mostrar o quanto somos diferentes dos concorrentes. É menos comum, contudo, que líderes empresariais reconheçam publicamente suas fraquezas. Elas ou são ignoradas ou, pior ainda, disfarçadas ou dissimuladas, na esperança de que ninguém venha reconhecê-las.
Mas nem sempre é assim. Um excelente exemplo foi o de uma franquia de pizzas nacionalmente conhecida que chegou à desconfortável conclusão de que muitos de seus clientes não gostavam do sabor do seu produto principal – a pizza. Ao invés de desconsiderar a insatisfação dos clientes através de um marketing engenhoso e novas embalagens, o CEO da companhia desenvolveu uma estratégia que provocou uma notável mudança favorável em um período de cinco anos.
Essa mudança começou quando a companhia descobriu por meio de grupos focais o que muitos de seus consumidores realmente achavam de seus produtos – eles não gostavam do sabor da pizza. Compreensivelmente, essas eram notícias perturbadoras – especialmente quando se trata do principal produto que se está vendendo. O incomum, contudo, foi a forma como a companhia reagiu. Em lugar de esconder essa informação, a empresa veiculou comerciais permitindo que seus clientes realmente expressassem o que pensavam do sabor de sua pizza. Então, de acordo com o conceituado periódico empresarial, o Wall Street Journal, o CEO apareceu em anúncios na TV pedindo desculpas e fazendo uma promessa: “Nós ouvimos você, América. Você sabe que às vezes nós temos que fazer mudanças. Por favor, dê-nos outra chance.”
Nos últimos anos temos visto e ouvido falar dos problemas que muitas companhias tiveram com seus produtos, seja na manufatura, no design ou na qualidade. Relativamente poucas foram tão diretas em admitir seus erros, prometendo fazer correções e adotando medidas proativas para seguir adiante. Em qualquer negócio, enganos acontecem. Às vezes, prazos são descumpridos. Podemos ignorar esses problemas, apresentar desculpas, ou tratá-los de forma direta, reconhecendo-os e tomando as medidas apropriadas para corrigir essas questões. A Bíblia apresenta conselhos saudáveis a esse respeito. Aqui estão alguns exemplos:
Ser franco é sempre correto. Muitos já ouviram a frase: “Seus pecados vão encontrar você”. Quer isso envolva construir carros, gerir investimentos para outras pessoas ou fabricar produtos alimentícios, isso quase sempre é verdadeiro, como vemos nas manchetes e noticiários regularmente. Falando à nação de Israel, Deus lhes assegurou que a obediência seria recompensada. Depois eles foram alertados: “Se não fizerdes assim, estareis pecando contra o Senhor, e sabei que o vosso pecado vos há de achar.” (Números 32:23).
A honestidade dispensa as desculpas. A admissão de falhas acompanhada de um plano para fazer as correções necessárias é sempre preferível a buscar esconder os problemas só para depois vê-los serem expostos. “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” (Provérbios 28:13).
Às vezes, como demonstrou a conhecida empresa de pizzas, a melhor estratégia de marketing é assumir a responsabilidade pelo problema, declará-lo publicamente, corrigi-lo, e então pedir aos clientes uma segunda chance.
Próxima semana tem mais!
Rick Boxx é presidente e fundador da "Integrity Resource Center", escritor internacionalmente reconhecido, conferencista, consultor empresarial, CPA, ex-executivo bancário e empresário. Adaptado, sob permissão, de "Momentos de Integridade com Rick Boxx", um comentário semanal acerca de integridade no mundo dos negócios, a partir da perspectiva cristã. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto
Perguntas para Reflexão ou Discussão
1. Qual sua reação quando ouve falar de problemas com um produto ou serviço que você utiliza, especialmente quando já tinham conhecimento deles? Que tipo de resposta você espera do fornecedor?
2. Você já teve que admitir um erro, tal como o fez a empresa de pizza? Como você ou sua empresa reagiram? Se ainda não experimentou algo assim, como acha que reagiria caso isso ocorresse?
3. Por que as empresas estão sempre mais inclinadas a esconder os problemas e não reconhecê-los francamente e explicar os passos planejados para efetuar as necessárias mudanças?
4. Você concorda que “seus pecados vão encontrar você” ou é mais alinhado com os que dizem: “Aquilo que os clientes não sabem não pode lhes prejudicar”. Explique sua resposta.
Nota.: Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos Gênesis 44:18; Provérbios 5:22; 10:9; 11:1; 12:22; 13:6; 19:22; 24:26; Isaías 59:12.