Por Rick Foster
As empresas estão geralmente tão focadas no lema “maximizar ganhos” que relutam quando se trata de aumentar os custos com a folha de pagamento. Essa estratégia pode elevar as margens de lucros no curto prazo, mas exercer um impacto desastroso sobre as pessoas que realizam o trabalho que faz a companhia ser lucrativa.
Em inúmeras ocasiões tenho observado que uma ênfase excessiva nesse lema das empresas pode causar considerável descontentamento nos funcionários mal pagos, como temos observado repetidas vezes nas notícias a respeito de trabalhadores que protestam e se pronunciam publicamente em busca de salários mais altos. Vários fatores podem afetar a sensação de contentamento no trabalho, mas sentir-se sub-recompensado é uma das maiores causas de insatisfação.
Uma forma radical de mudar isso seria que os executivos das empresas começassem a ver seus empregados de uma maneira mais pessoal, olhando-os como sua “família empresarial”, e não elementos que esgotam as finanças da companhia.
Isso se torna especialmente verdadeiro quando adotamos a perspectiva bíblica do relacionamento empregador-empregado. Ao invés de serem “donos” ou “chefes”, Deus chama os líderes a considerarem seu papel como o de um “pastor”, responsável pelo bem estar das ovelhas – seu “rebanho”. Por exemplo, 1 Pedro 5:2-3 ensina: “Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso com ganância, mas pelo desejo de servir. Não hajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplo para o rebanho.”
Outra passagem, esta do Antigo Testamento, oferece uma perspectiva similar: “Esforce-se para saber bem como suas ovelhas estão, dê cuidadosa atenção aos seus rebanhos, pois as riquezas não duram para sempre, e nada garante que a coroa passe de uma geração para outra...Haverá fartura de leite de cabra para alimentar você e sua família, e para sustentar as suas servas.” (Provérbios 27:23-27).
A questão é simples: Como líderes e executivos, nossa responsabilidade não é apenas salvaguardar os ganhos da empresa – embora para que um negócio sobreviva seja necessário que dê lucro. Somos mordomos de todos aqueles que trabalham para nós. Eles foram confiados aos nossos cuidados e temos a responsabilidade de assegurar que sejam tratados justamente e com equidade. Não deveria haver a necessidade de pressões externas que nos levassem a então provisionarmos adequadamente nossos empregados, e isto significa termos a disposição de recompensá-los generosamente, reconhecendo suas contribuições vitais para o sucesso corporativo.
Qual resultado traria o equilíbrio entre o cuidado para com os ganhos da empresa e igual consciência das necessidades financeiras de nossos trabalhadores? Com toda a probabilidade, isso resultaria em aumento da produtividade e da lucratividade. Em outras palavras, os ganhos da empresa poderiam ser melhores ao pagarmos aos empregados o salário que merecem.Como diz 1 Timóteo 5:18: “...Não amarre a boca do boi quando ele estiver pisando o trigo...O trabalhador merece o seu salário.”
Se você deseja ter um ambiente de trabalho harmonioso e lucrativo, considere-se como um pastor, e não um ditador. Estabelecer o tom para um ambiente de trabalho positivo, reconhecendo a valiosa contribuição dos trabalhadores, dando-lhes uma compensação generosa vai ajudar a assegurar o sucesso corporativo.
Próxima semana tem mais!
Texto adaptado de "The Clallenge" (O Desafio), escrito e publicado por Rick Foster, que trabalhou no Lost Valley Ranch, um hotel fazenda em Colorado Springs, Colorado, EUA. Ele agora serve como pastor interino na Carolina do Norte, e ocasionalmente escreve para o The Challenge. Autorização para reprodução, desde que com os devidos créditos, é concedida e estimulada. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto.
Perguntas para Reflexão ou Discussão1. Sua empresa coloca os lucros bem acima de outras preocupações, inclusive a compensação dos empregados? Se não é o caso no momento, você já trabalhou para uma empresa assim? Como foi sua experiência?
2. Você já passou pela experiência de não se sentir adequadamente pago pelo trabalho que fazia? Como se sentiu?
3. Qual sua opinião sobre o conceito bíblico de comparar a liderança em qualquer contexto com o papel de um pastor – um mordomo para as pessoas sob seus cuidados?
4. Como você crê que a compensação financeira afeta o moral e o desempenho dos empregados? Existem outros fatores que exerçam impacto ainda maior na qualidade e quantidade de seu trabalho? Explique sua resposta.
Nota: Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Marcos 10:44-45; Lucas 12:42-43; 16:10-13; Filipenses 2:3-4.