Por Jim Langley
Trabalho é aquilo que fazemos, mas será que é o que somos? Tendemos comumente a extrair grande parte do nosso senso de identidade e valor de nossa vocação. Geralmente quando conhecemos alguém, uma das primeiras perguntas que fazemos (ou nos fazem) é: “Em que você trabalha?” Esta é uma pergunta válida em muitos casos, mas não se for usada para definir quem nós somos ou a forma como percebemos os outros. É muito fácil confundir profissão com adoração.
A palavra “adoração” se traduz como aquilo que é digno de nossa atenção e culto - aquilo que tem o maior valor aos nossos olhos. O trabalho é importante, mas será que vale o bastante para que lhe dediquemos todo o nosso tempo, energia e recursos à custa de todas as demais coisas?
Posso entender esse dilema, porque sou um viciado em trabalho em recuperação. Anteriormente me deixei consumir pelo que estava fazendo e perdi o equilíbrio em minha vida. Ainda preciso me guardar dessa tentação; aprendi a pedir a outras pessoas que me cobrassem a responsabilidade de manter em minha vida o equilíbrio apropriado.
Em Gênesis 3, aprendemos que a começar por Adão, todos precisam trabalhar por seu sustento. Algumas pessoas veem isso como uma maldição, achando que a vida seria muito melhor sem termos que trabalhar. Entretanto, eu creio que o trabalho estabelece um padrão para experimentarmos uma vida significativa. Eu sempre achei que o trabalho era uma coisa boa, revigorante e realizadora. Em Gênesis 3:19, Deus declara: “Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó e ao pó voltará.” Essa não é a mensagem que preferimos ouvir, mas é a nossa realidade cotidiana.
Assim como o trabalho de nossas mãos pode ser compensador, também pode nos exaurir - uma armadilha da qual devemos nos proteger. A Bíblia nos ensina que há tempo para trabalhar e tempo para descansar. Eclesiastes 3:1-8 nos diz: “Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou...tempo de derrubar e tempo de construir...tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las...tempo de procurar e tempo de desistir...”
Até mesmo Deus tem um tempo para trabalhar e um tempo para descansar. Gênesis 2:2-3 afirma: “No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou. Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação.”
O trabalho de Deus em tudo o que Ele criou é maravilhoso. À nossa própria maneira, nós também desejamos criar alguma coisa de valor que permaneça. Depois de completarmos uma tarefa bem feita, podemos olhar para trás e ver que aquilo foi bom, como Deus o fez. Em Eclesiastes 5:18-20, Salomão concluiu que o trabalho é “dom de Deus” e nos proporciona “alegria do coração”. Por isso ele disse em Eclesiastes 9:10: “O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você vai, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria.” Há uma certa urgência aqui; deveríamos considerar o trabalho que Deus determinou para nós enquanto ainda há tempo para fazê-lo.
Ao mesmo tempo, precisamos confrontar o potencial desafio de cultuar o trabalho que fazemos. Podemos nos tornar tão focados no trabalho em si mesmo que ele acaba se tornando nosso deus. Essa é uma das razões para Deus ter dado Seu primeiro mandamento em Êxodo 20:3. Ele declarou: “Não terás outros deuses além de Mim.” Isto inclui nosso trabalho.
Uma de minhas passagens bíblicas favoritas é Colossenses 3:23-24, que nos lembra: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança...” Trabalho é aquilo que fazemos, mas não o que somos. Deus está mais preocupado com o que somos e com o Seu relacionamento conosco.
Próxima semana tem mais!
Texto de autoria de Jim Langley, agente e perito em seguros de vida (CLU), da New York Life, desde 1983. Membro ativo do CBMC Santa Bárbara, Califórnia, desde 1987. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto .
Questões Para Reflexão ou Discussão
1. Quanto o seu trabalho faz parte do que você acha de si mesmo, quem você é aos seus próprios olhos e aos olhos das outras pessoas?
2, Você adora o seu trabalho, nem que seja às vezes? Você já teve que lutar com a tentação de adorar o trabalho que faz às custas de tudo o mais?
3. Por que é fácil transformar o trabalho em um deus? Você tem observado isso acontecer com frequência, seja em sua vida ou na de outras pessoas?
4. De que maneiras podemos estabelecer e manter um equilíbrio apropriado entre trabalho, outras áreas de nossa vida e especialmente nossa adoração e culto a Deus?
Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Provérbios 16:1-3; 1Coríntios 3:12-15; 10:31; Efésios 4:15-16; 1Tessalonicenses 5:12-14.
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