Por John D. Beckett
Samanta achou o conselho de seu professor de pós-graduação um tanto incomum; este foi dado quando ela estava prestes a iniciar sua carreira nos negócios: “Não se aproxime demais de seus colegas de trabalho”, ele disse. “Você nunca sabe quando terá que despedir alguém, e não vai querer demitir um amigo.”
Logo depois de iniciar sua carreira, Samanta começou a galgar postos na Agile, uma grande empresa farmacêutica, e passou a ter diversas pessoas que se reportavam a ela. Lendo um livro sobre liderança, ela conheceu a história de Vince Lombardi, o legendário treinador da Liga Nacional de Futebol (Americano) do Green Bay Packers no final da década de 1950.
Samanta se surpreendeu ao descobrir que Lombardi instruiu os membros de seu time a terem uns pelos outros um cuidado genuíno. “Nós não gostamos uns dos outros - nós amamos uns aos outros”, ele disse durante um banquete de premiação em 1961. “Se vocês jogam juntos como um time, têm de cuidar uns dos outros, têm de amar uns aos outros, só assim saberão que são um time.”
Movida pelo exemplo de Lombardi, Samanta precisou tomar uma decisão. Deveria manter seus colegas de trabalho a uma distância segura, seguindo o conselho de seu professor, ou deveria passar a oferecer cuidado e compaixão – amor – do tipo que ela sentia no fundo do coração pelas outras pessoas?
Questões Para Reflexão/Discussão.:
1. Existe alguma diferença entre uma empresa e um time esportivo no que se refere ao dilema de Samanta? Qual é essa diferença e como pode afetar a decisão dela?
2. Como é possível a você amar seus empregados e ainda assim lidar com questões difíceis e importantes que dizem respeito a desempenho, quando elas surgem?
3. Se um administrador se torna chegado a um colega de trabalho e mais tarde precisa dispensá-lo, isso pode ser feito dentro de um contexto de amor? Como você acha que isso poderia ser feito?
4. Quais diretrizes deveríamos estabelecer para a interação humana dentro de nossas organizações? Que efeitos elas poderiam ter sobre os relacionamentos que formamos com as pessoas para as quais prestamos contas, nossos colegas de trabalho e aqueles que se reportam a nós?
MELHORES PRÁTICAS.:
Considerando o extraordinário amor de Deus por cada um de nós, temos todas as razões para amar os outros, inclusive nossos colegas de trabalho. Isso não significa usar de um sentimentalismo cego, nem exige que sejamos tão fracos a ponto de não exercer a autoridade devida e prover uma direção clara quando necessária.
Trabalhando de forma criativa e proativa, é possível promover uma cultura organizacional positiva na qual os indivíduos sejam profundamente respeitados, permitindo que se sintam realmente amados e valorizados, mas, sempre que necessário, disciplinados e responsabilizados.
Para outras considerações.:
Um dos temas que unifica toda a Bíblia é o amor incondicional e sacrificial. Jesus enfatizou isso a Seus seguidores: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros.” (João 13:34).
Tendemos a buscar nos empresários experientes – “gurus” – princípios para operar nossas organizações e lidar com as pessoas. O discernimento deles geralmente é bastante útil, mas, às vezes, a “sabedoria” humana deve ser desconsiderada em favor da aplicação dos princípios extraídos da Bíblia. “’Pois os Meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os Meus caminhos’, declara o Senhor.” (Isaías 55:8).
Existem aqueles que acreditam, como afirmou o professor de pós-graduação, que não deveríamos nos aproximar demais daqueles com quem trabalhamos, temendo que os relacionamentos mais fortes possam comprometer o nosso julgamento. Isso pode ser um problema, mas se tivermos em mente que nossas decisões devem ser tomadas levando em conta o interesse de todos, não apenas da companhia, mas também das pessoas, o amor pelos outros não significa sacrificar o bom julgamento. “...Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho.” (Hebreus 12:5-6).
Próxima semana tem mais!
Texto de autoria de John D. Beckett, presidente da R. W. Beckett Corporation em Elyria, Ohio, E.U.A., uma das principais fabricantes de sistemas de aquecimento residenciais e comerciais do mundo. Tradução de Mércia Padovani. Revisão e adaptação de J. Sergio Fortes (fortes.sergio@gmail.com)