Quando acontece a formação de uma nova família através do casamento, os cônjuges levam aquilo que são para o seu relacionamento.
Quando o casamento ocorre com cônjuges mais jovens, em geral, estes levam uma bagagem menor de aprendizado anterior que pode tanto auxiliar quanto atrapalhar o relacionamento, mas que provavelmente tornará mais fácil o processo de entrosamento do casal.
Por outro lado, quando se casam maduros, levarão muitos aprendizados, sendo que muitos deles já podem estar cristalizados no comportamento, o que exigirá muita determinação e paciência para que haja o ajuste entre eles.
Estes aprendizados podem vir de muitas maneiras, e vou me deter especificamente naqueles que são de ordem externa, ou seja, vêm de fora ou do meio e influenciam o comportamento da pessoa.
A educação formal, o que chamamos de estudo e cursos, influencia na medida em que a forma de pensar e agir pode ter sido moldada pelos ensinos recebidos. Se estes são de ordem espiritual, por exemplo, poderão confrontar com a perspectiva espiritual do outro cônjuge, gerando conflitos. Em algumas situações a diferença da forma de pensar neste quesito é tão grande que cria uma distância entre os cônjuges que impede de terem intimidade completa.
O meio social também influencia. É o celebre caso da Cinderela, uma moça pobre e rejeitada que é escolhida por um príncipe e tudo fica bem. Na realidade da vida, quando há uma distância muito grande como a que citei acima, pode ocorrer de não haver o entendimento entre os pares, pois pensam diferente por terem tido experiências diferentes.
Se você tiver certa quantidade de dinheiro e deseja comprar um imóvel, observará que com pequena quantidade a mais ou menos poderá adquirir um imóvel em bairros diferentes, uns mais simples e outros mais chiques, diria assim.
Suas experiências de vida e seus desejos irão direcioná-lo para adquirir o imóvel em certo lugar em que poderá encontrar o mesmo tipo de pessoas que está acostumado(a) ou que lhe agrada encontrar ou ainda, que te faça sentir bem.
Naturalmente é possível mudar isto, mas cito como uma influência sobre sua vida e sobre seu relacionamento. Se isto está ocorrendo na sua vida, haverá a necessidade de se abrir para novas formas de pensar e agir para que possam usufruir de algo a mais no relacionamento conjugal.
Se você faz parte de um grupo étnico, seja imigrante ou de um estado tradicional, existem costumes muito bem definidos e que poderão ter que ser observados no casamento. Por exemplo: a pessoa detesta dançar e casou com um cônjuge que gosta de dançar no CTG (Centro de Tradições Gaúchas). Bem, este cônjuge precisará de certa forma estar de acordo em observar seu parceiro(a) dançar com outra pessoa, ou aprender a dançar, ou ainda o primeiro(a) precisará abrir mão deste gosto.
Temos também a herança familiar, ou aquilo que recebemos no seio da família e levamos conosco como se fosse um script que seguimos durante a nossa vida. Podem ser valores morais, éticos, religiosos, estilo de vida, poder aquisitivo, tipo de disciplina, assim como maneiras de se inter-relacionar como família. Isto tudo gera um comportamento meio padronizado dentro desta família e temos a tendência de reproduzir.
Quando casamos, cada um de nós trás este “script” de sua casa. A ideia do namoro é que possam conversar sobre estes aspectos e ver se há entendimento. Se não há, acaba-se o namoro, se há entendimento evoluem para o noivado, encontram formas alternativas próprias para estas situações, casam-se e encontram uma boa forma de conviver e se entender.
Telma e eu passamos boa parte de nosso namoro e noivado falando sobre como fomos criados e de como gostaríamos que nossa família fosse. Isto abriu a porta para o conhecimento mútuo e à intimidade emocional.
Quando este processo é atropelado e o casal busca a satisfação carnal primeiro, normalmente irão se encontrar como quase estranhos numa mesma casa, descobrirão comportamentos que não conheciam e terão que lidar com isto com a ajuda de Cristo. Ele auxiliará o casal a superar as diferenças e construir um relacionamento sólido, independentemente das motivações iniciais desta união, pois Ele nos ama como somos, sem nos julgar.
PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE
Quais influências do meio você trouxe para seu casamento?
Como tenho lidado com estas diferenças em relação ao meu cônjuge?
“Pai celestial, te louvo por ter me formado como sou e por toda a influência do meio que me fez ser assim. Te peço perdão por todas as influências negativas que permite me contaminarem e por aborrecer a Ti e ao meu cônjuge com isto. Peço que o Senhor possa aperfeiçoar o meu caráter e atitudes conforme Tua vontade para que eu edifique meu lar, cônjuge, filhos e familiares. Amém!”
Luis Antonio Luize