“Dai a cada um o que lhe é devido: … a quem honra, honra.” (Romanos 13:7)
Era 1982 e era a primeira vez que eu o ouvia a pregar. Eu tinha chegado recentemente do interior e estava agora morando em Curitiba, a capital do Estado, e frequentando a Igreja Metodista Central. Eu era um novo convertido pois não tinha ainda três anos que havia entregado minha vida a Cristo. Muitas coisas numa igreja grande de capital eram novidades para mim. Quando o pastor Edson Barbosa, na época um missionário da Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo, começou a pregar, imediatamente prenderam a minha atenção duas características muito peculiares: primeiro, a sua eloquência; segundo, a maneira fácil e clara com que ele transmitia conceitos bíblicos que eu ainda não conhecia.
“O justo viverá pela fé”, dizia ele repetindo o apóstolo Paulo, “mas a nossa fé não é um sentimento. Os sentimentos vêm e vão. Sentimentos variam com as circunstâncias, mas a nossa fé deve ser baseada nas promessas da imutável Palavra de Deus. A nossa vida deve ser como um trem: a fé é a locomotiva que puxa o trem e as emoções são apenas um dos vagões da vida”. Conceito muito simples, mas para mim era uma novidade libertadora, pois eu vivia tentando sentir fé e me frustrava pois todas as vezes que eu precisava de fé os meus sentimentos me confundiam.
A admiração daquela primeira vez fez com que eu participasse dos cursos da Cruzada e alguns anos depois me decidisse participar, agora com minha família, da igreja que ele fundara. Foram muitas as vezes que ele pastoralmente me ouviu e me aconselhou. Eu e minha família tivemos o privilégio de conviver com ele e sua esposa Hilce.
Tenho até hoje um caderno no qual anotava as mensagens e estudos dos quais participava na igreja e em um deles há uma observação: “Este foi o dia que o meu filho convidou o Cristo para entrar no seu coração”. Ele tinha 6 anos de idade e naquele culto o pastor Edson tinha pegado uma mensagem baseada em um versículo de Hebreus que fala sobre Cristo ter sido crucificado fora dos muros da cidade. Mensagem com bastantes conceitos teológicos mas, no final dela, meu filho virou-se para mim e perguntou: “Pai, com isso tudo aí que ele disse significa que eu também tenho que aceitar a Cristo não é?” E eu respondi: “Exatamente meu filho você também tem que tomar uma decisão de convidar Cristo para entrar no seu coração”. Ele perguntou: “eu posso fazer isso agora? Posso ir lá na frente e fazer oração para que Cristo entre na minha vida?” Levantamos, fomos à frente e meu filho fez uma oração entregando à Vida a Cristo naquela noite.
Em vários momentos chaves da nossa vida a influência do Pastor Edson se fez notada.
Um das coisas mais marcantes que ele imprimiu em mim, foi a sua ênfase em cuidar de pessoas. Em todo o tempo que eu conheço sempre vi ele gastando tempo em acompanhar e ajudar as pessoas. Vi várias iniciativas e ministérios nascerem inspirados pelas suas ideias e levadas adiante por pessoas que foram despertadas pelo seu cuidado.
Certa vez assisti a um clipe da música “Flores em Vida”, do cantor Paulo César Baruk, e achei interessante como a mensagem da música e o tema do clipe me lembravam muito as coisas que eu via o pastor Edson ensinar e pregar. Na época, fazia anos que nós tínhamos mudado de cidade e estávamos longe. Algum tempo depois, li uma entrevista do Paulo César contando como foi a inspiração para escrever aquela música. Ele havia recebido um telefonema de um pastor de Curitiba que havia ligado para ele apenas para agradecer pelo trabalho que ele estava fazendo, ele disse que estava dando flores em vida. O pastor em questão era o Pastor Edson Barbosa, conforme as minhas suspeitas.
É muito especial a sua maneira de valorizar as pessoas e fazer com que elas saibam que são amadas por Deus.
Quero hoje honrar ao Pr. Edson Barbosa, agradecendo a Deus pelas sementes da Palavra e das atitudes que foram plantadas em nós. Muitas dessas sementes já frutificaram e outras continuarão a frutificar pelo resto da vida.
Vinicios Torres