Reflexão

Adoração



Adoração é um assunto profundamente bíblico, e também uma experiência bastante pessoal para cada seguidor de Cristo.

Adoração é uma experiência comunitária e, sob um aspecto, coletiva do Povo de Deus. Reconhecemos o Senhor como Deus sobre um povo, não apenas sobre o indivíduo. Quando nos reunimos para o culto, estamos adorando coletivamente: um só corpo adorando a um só Senhor, a uma só voz.

Complementando este aspecto comunitário da adoração está o âmbito pessoal do relacionamento de cada um de nós com o Senhor. Adoramos também individualmente, trazendo tudo que somos diante de Deus para interagir e dialogar com ele. Adoração não existe como uma forma de discurso unilateral (especialmente quando este discurso vem de nossa parte para os “ouvidos” de Deus). É uma troca entre a criatura e o Criador que acontece de maneira dinâmica e profunda. Esta conversa constante com o Senhor, que impacta nossa vida e influencia nossas decisões e nosso caráter, faz parte do que chamamos de “adoração”.

A adoração pessoal pode se manifestar de várias maneiras diferentes, pois cada um de nós foi criado de maneira única e especial por Deus. Trazemos também as marcas de nossos pecados e traumas para este diálogo com o Criador. Tudo isto cria um caleidoscópio especial de imagens, lembranças, emoções e pensamentos que integram nossa conversa com Deus. É muito bonito ver como Deus recebe a cada um nos seus próprios termos, e constantemente nos convida para chegarmos a seus pés de maneira autêntica e integral.

Justamente por isso, não faz muito sentido querer “editar” nossa imagem diante de Deus quando buscamos relacionamento com ele. Primeiro porque este é um esforço sem sentido: por ser onisciente, Deus já nos conhece completamente. Segundo, porque tentar maquiar quem somos diante de Deus invalida a integridade da experiência de adoração, privando-nos da autenticidade do relacionamento que é vital para que a adoração que queremos viver faça sentido em nossas vidas e nos torne mais parecidos com Jesus.

Isto não é verdade apenas para nosso momento de louvor comunitário que acontece todas as semanas aqui na comunidade. Vale também para a rotina, para as pequenas questões do dia-a-dia e as lutas internas mais ocultas e profundas. O convite de Jesus é claro: chegar diante dele com tudo que trazemos na bagagem, sem querer esconder nada e dispostos a colocar tudo a seus pés. Este é o exercício verdadeiro e profundo da adoração cristã que somos chamados a praticar diariamente.

Marcell Steuernagel

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