Chamados para postar a Verdade
Assim diz o SENHOR: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma. (Jr 6:16)
A razão da Primeira e Segunda Guerra Mundial continua em nossa inquietude humana.
No final do século XIX, sucederam avanços tecnológicos nunca vistos pela humanidade. A vida tornou-se mais fácil no campo da “mão-de-obra e força humana”. Contudo, aquilo que se tornou fácil no campo físico, por outro lado, tornou-se complexo no campo psíquico, emocional e intelectual.
Sonhos, visões, esperanças foram abaladas, o ser humano enriqueceu tecnologicamente, mas empobreceu emocional e espiritualmente. Há os que partiram para busca além fronteiras de uma nova visão como Helena Blavatsky (campo da Teosofia, que influenciará homens como: H.S.Chamberlain;genro do famoso músico, Wagner; autor do livro “Os Fundamentos do Século XIX, 1899; e Adolf Hitler, que, inteirado destes pensamentos, escreverá o livro “Mein Kampf”, e o que aconteceu sabemos ). Há os que postularam conceitos, que ainda entre nós estão presentes como dogmas: Friedrich Nietsche (o ser humano pode viver muito bem sem Deus, declarou a morte de Deus e emancipação do homem – Übermensch); Charles Darwin (teoria da evolução das espécies, onde o mais forte apenas sobrevive, não somente no campo biológico, mas também social – Darwinismo Social); Siegmund Freud (pai da psicanálise – o que faz o ser humano viver é o impulso do “Eros” (questão do sexo) e a constante luta (medo) contra o “tanatos” (morte). No conceito da fé, encontraremos Schleiermacher empurrando a fé para o campo do reservado e íntimo sentimento; Adolf Von Harnack (pai do historicismo) transformando a fé cristã em história requentada; e por último, Rudolf Bultmann legando o Evangelho ao campo do mítico, e arrancando todo o extraordinário e mistério da Bíblia. Todos estes porta-vozes conseguiram levar a Europa e sua geração ao Ultra-liberalismo. Transformaram valores, sonhos, visões, esperanças em verdadeiros desertos. No absurdo do questionamento, a vida se tornou vazia, sem sentido, a “Lei da Selva” de fato veio a imperar: o mais forte, astuto e imbecil vencem. Um ser humano sem sonho, sem visão, sem esperança, constrangido à ira e revolta, está pronto para a guerra.
Se por um lado a tecnologia, como algo positivo, desconcentrou o ser humano em sua razão existencial, no início do século passado; hoje o paradigma é o lucro a qualquer preço e o consumo sem fronteiras. Não há mais barreiras, quem define a verdade é o prazer e satisfação, que o consumo oferece. Enganar, mentir, trair, corromper são coisas do passado; hoje são requisitos básicos para se “dar bem na vida”. Estilistas e inovadores de formas e produtos, já não sabem mais propor novidades, estão voltando à Antigüidade, estão em crise. No campo da fé, voltamos a pagar penitências e ver como o “Jacó” consegue barganhar a bênção de Deus (Gn 25 a 34). Esse negócio de “graça” não deve ser verdade. Temos que pagar para ter, também diante de Deus. Os conceitos: pecado e arrependimento, saíram de moda. Coração quebrantado é o chavão da música de quem chora sua ambição não alcançada, mas não a sua sinceridade humana e desgraça diante de Deus.
Qual será o fim disto tudo? No século passado, quando o ser humano perde sua razão, sentido, sonho e esperança na história, acuado, parte para a guerra. E quando acordarmos que dinheiro não é tudo e consumo não gera de fato felicidade e satisfação; sem alma e valores, impulsionado por “doidos e maníacos” o que será de nós e de nossa sociedade?
Se aprender é mudar posturas, como dizia Platão, então estamos maduros. É necessário perguntar pelos caminhos antigos, que nos ensinaram sonhar com Deus e termos um ser humano amigo confiável, pai, mãe, irmão. Caminhos que nos fertilizaram com esperança, paz, certezas, valores e dignidade humana. É preciso rever as instituições formadoras de opinião, educadoras, seja a família, a escola, seja a liderança e governos. É preciso fazer um pacto pela dignidade humana, pela vida. É preciso rever Deus, na forma humana como se revelou em Jesus Cristo, e na forma divina como se manifestou entre nós, cheio de graça e verdade (Jo 1). É preciso falar ao coração em espírito e verdade, nas janelas dos olhos, inspirando confiabilidade e bondade. No campo da fé, é preciso recomeçar com oração sincera e prática do que é direito entre as pessoas (Pv 3:1-12).
É preciso re-ensaiar um novo tempo, para que o mundo não vire selva e densas trevas. Que seja o ano de 2014 este tempo e este dia! E Jesus quer se pôr junto, quando diz: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. (Jo 14:6).
Meu abraço,
Pr.Edgar Leschewitz
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