Quando associamos cruz (sacrifício de Jesus) com a palavra humilhação, imediatamente nos vêm à mente a humilhação que Jesus sofreu sendo condenado à morte apesar de ser inocente. Tudo absolutamente correto e verdadeiro. Mas este texto nos mostra que houve uma humilhação ainda maior, ainda mais ampla, de caráter eterno e espiritual. Principados e potestades, poderes e autoridades, demônios e demoninhos – foram todos derrotados e publicamente humilhados. Na tradução que optei por usar nesta meditação fala em espetáculo público, outras falam em escárnio, uma outra fala em ridículo.
Eu estou pouco me importando com os sentimentos ou com o mal estar que isso possa ter causado no inferno, pois não me cabe nem julgá-los muito menos bancar o psicólogo de espíritos. Não sou do ramo. O que interessa a mim e a qualquer um que quiser levar Deus a sério é que esta humilhação nos livra de sermos humilhados pelo inferno, nos delega direito de filhos e co-herdeiros, nos posiciona em um estado e lugar que jamais poderíamos alcançar por nosso mérito pessoal.
Ao triunfar sobre principados e potestades Jesus definiu a batalha, decidiu o fim do jogo, decretou o resultado da guerra.Ainda que haja alguns movimentos a serem feitos, mas inegavelmente temos de ter convicção de que sabemos onde tudo isso vai terminar. A questão crucial é entendermos nosso papel, nossa posição e nossa herança.
O despojo do inferno é nosso, somos herdeiros com Cristo e foi pela cruz, por meio daquele grande sacrifício, que chegamos a uma condição que não merecemos. A cruz foi, entre outras coisas, o símbolo da nossa conquista diante de principados e potestades. Eu imagino (expediente meu) que Jesus os humilhou em nosso favor, decretando a inferioridade deles em relação a qualquer um que seja com Ele co-herdeiro do Reino de Deus, que seja um adorador em Espírito e em Verdade, de todos quantos receberam e atenderam ao chamado do Pai, de todos os que agora renascidos receberam o poder de serem chamados Filhos.
A lógica é simples: por um colega ou vizinho nós até nos esforçamos; por um amigo nós nos dedicamos; por um parente nós nos empenhamos. Mas pelos filhos nós damos a vida. Deus Pai fez exatamente isso, dando a vida de nosso irmão mais velho em nosso favor, sendo Eles (o Pai e o Filho) UM.
Tenhamos em mente que não precisamos nos intimidar, não precisamos nos assustar nem nos encolher. Sim, eu sei, o diabo é poderoso – mas o Pai é TODO PODEROSO.
Senhor, obrigado por lutar por mim e humilhar os inimigos em meu favor, fazendo assim de mim um co-herdeiro. Jamais serei merecedor por mim mesmo, mas tomo posse da minha posição de filho recebido em Ti por Jesus. Muito obrigado.
Mário Fernandez