Reflexão

Cruz – Substituição



Cristo nos redimiu da maldição da lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro. (Gálatas 3:13-14)

No Brasil a maioria das pessoas consegue entender um jogo de futebol, o que em outras partes do mundo talvez seja melhor exemplificado por outro esporte coletivo. Chamou-me a atenção o Espírito Santo certa vez ministrar ao meu coração sobre outros esportes no qual não há substituição: tênis, atletismo, boxe, ping-pong, fórmula-1. Veio-me claramente o entendimento que pretendo repartir aqui. Mesmo se o esporte for muito individual como uma luta de boxe, ou totalmente coletivo como o basquete – sempre há uma equipe de retaguarda. Há treinadores, técnicos, médicos, nutricionistas, patrocinadores e tantos outros. Quando Jesus foi para a cruz “sozinho” ele não estava jogando um jogo solitário. Havia legiões de anjos servindo-o, havia discípulos tomando nota para registrar nas Escrituras, havia pessoas acompanhando… Não se trata de estar ou não estar só, mas de ser quem deve fazer o que deve ser feito.

Jesus não poderia ser substituído na cruz, só Ele poderia ter feito o que Ele fez.

Talvez (estou conjecturando) anjos tenham se enfileirado oferecendo-se para trocar de lugar com Ele. Talvez algum discípulo mais desprendido tenha cogitado fazê-lo. Mas não era possível, pois só Ele poderia ir para aquela cruz. A cruz não era para Ele, mas só Ele podia encará-la.

O mistério que precisamos revelar é que a crucificação de Jesus, com base no texto acima, já era uma substituição. Era eu quem deveria estar lá. Sim, só Jesus poderia ter ido para a cruz por que ninguém suportaria, ninguém seria bom o suficiente, ninguém mais serviria como propiciação. Ele me substituiu e te substituiu naquela cruz, não havia outro que pudesse fazê-lo. Mas isso não se refere unicamente a morrer em meu e em seu lugar.

Não importa o quanto isso pareça ter pouco valor na sua vida, não importa o quanto seja esquisito olhar para Jesus na cruz e se imaginar ali. Aquela cruz não era para Jesus, era para nós. Ainda que outro quisesse (se é que alguém o fez) ninguém poderia substituí-lo pois Ele já era o substituto.

A troca foi mais do que uma morte física, foi assumir uma pesada conta a ser paga, a conta da maldição. E isso, como se fosse pouco, ainda foi potencializado pelo fato de ser uma substituição voluntária, dada pela necessidade de nos livrar dessa maldição. Jesus se tornou maldição em nosso lugar, não “apenas” morreu em nosso lugar, Ele fez um sacrifício voluntário de se tornar maldito por minha e por sua causa. Quem suportaria tamanho peso além Dele?

Temos de entender que mesmo que Jesus não estivesse só, era o único que poderia fazer o que fez. Na cruz acabou a maldição da lei que pesava contra nós, acabou o peso que nos impedia de prosseguir, acabou o jugo, acabou a servidão. O meu preço foi pago e Jesus foi que pagou.

Se aquela cruz fosse uma substituição de morte já seria algo sobrenatural, mas foi além disso. Anulou a maldição da lei sobre a minha vida. Substituiu todo peso da lei que havia em cima de meus ombros. Assumiu a minha culpa, pagou o meu preço, recebeu a minha maldição. De que adiantaria morrer em meu lugar, se eu tivesse de carregar ainda em vida a maldição da lei?

Se isso não for motivo suficiente para darmos aleluias ao Rei dos Reis, sinceramente não sei o que fazer.

Senhor, ajuda-me a perceber que ao morrer em meu lugar Teu Filho me livrou de mais do que da morte, me livrou de uma vida amaldiçoada. Te agradeço de todo meu coração.

Mário Fernandez

ICHTUS
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