Dependência ou morte
Todos nós conhecemos o grito que foi dado à margem do rio Ipiranga, pelo primeiro imperador do Brasil, Dom Pedro I: "Independência ou morte". Esse grito continua ecoando em nossos dias, não mais para dividir duas nações, mas para afirmar que podemos ser independentes de tudo e de todos.
Quando estudamos a bíblia, já nos primeiros capítulos de Gênesis, os nossos primeiros pais humanos também deram o seu grito de independência. As consequências sofremos até hoje. Esse grito não gerou vida e nem liberdade, pelo contrário, gerou morte e escravidão. Foi o grito do afastamento e do rompimento da relação íntima que o ser humano tinha com o seu Criador.
Deus em Sua Infinita bondade e graça, não condenou o ser humano à morte, mas fez cumprir o Seu plano salvífico para resgatar o perdido enviando o Seu Filho Jesus Cristo, no qual temos o verdadeiro modelo de um relacionamento dependente com Deus. E muito mais que apenas um modelo a ser seguido, somente Jesus pelo poder do Espírito Santo pode gerar em nós uma dependência total de Deus. A nossa natureza humana continua gritando pela independência, achamos que fazer a vontade de Deus é nos privar de tudo o que é bom. Vencemos essa batalha diária apenas com as armas espirituais que são a oração, a fé, a Palavra e o agir do Espírito Santo. Não basta apenas ter boa vontade ou cumprir regras e uma boa religião; é necessário quebrantamento de espírito. Nosso Ego precisa ser destronado diariamente. Como diria o saudoso reformador da Igreja: "Convém afogar o/a velho/a homem/mulher todos os dias, para que ressurja a nova pessoa criada em Jesus Cristo".
Para a maioria dos leitores desse boletim, essa mensagem é bem conhecida. Talvez muitos pensem que não precisam mais passar por mudanças internas, que já são cristãos há anos, frequentam a igreja e cumprem tudo o que a lei manda. Mas, Jesus também alerta para aqueles que estão anos na caminhada cristã: "Tenho, porém contra ti que abandonaste o teu primeiro amor" Ap 2.1-7. Cristo estava dizendo à igreja em Éfeso: "Vocês tem boa doutrina, obras, perseverança, mas estavam substituindo a dependência pela experiência religiosa". Quando uma pessoa é recém-convertida, ela é como uma criança que depende em tudo dos seus pais. Assim foi conosco, orávamos mais, buscávamos mais a Deus, desejávamos servir com mais alegria não importando hora e nem lugar. Hoje, muitos de nós selecionamos o serviço a Deus e dedicam um tempo a Ele somente o básico, afinal estamos cheios de outras atividades que tomam de nós o melhor de nossa vida.
Dependência ou Morte! Esse precisa ser o nosso grito. Longe da comunhão com Deus e de uma busca constante pela vontade Dele, não venceremos os nossos maiores inimigos, a começar pelo pecado que está dentro de nós.
Pr. Marcos Antonio da Silva
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