Desenvolvendo um ministério prático: a hospitalidade
João, o presbítero, como se auto-intitula, escreve para Gaio. Ele o chama de “amado” e isso não parece ser um tratamento formal, o que indica que Gaio era alguém especial, um dos líderes da Igreja cristã do primeiro século, 3Jo 1: “O presbítero ao amado Gaio, a quem amo na verdade”. João escreve este “bilhetinho” motivando Gaio a permanecer fiel a Jesus mesmo em meio às adversidades, 3Jo 3: “Muito me alegrei ao receber a visita de alguns irmãos que falaram a respeito da sua fidelidade, de como você continua andando na verdade”.
Gaio é o líder modelo daquelas comunidades, contrastando com Diótrefe s, um líder ditador: recusou receber João, mentiu sobre João e rejeitou os colaboradores e mensageiros do apóstolo (cf. 3Jo 9,10). Ao contrário de rejeitar as autoridades espirituais e excluir pessoas da comunidade, Gaio as recebia, as envolvia e procurava ministrar a graça e a verdade de Deus nelas e ajudava no ministério da Palavra. Seu ministério era muito prático, ele foi elogiado por João, pois desenvolvia a hospitalidade, 3Jo 8: “É, pois, nosso dever receber com hospitalidade irmãos como esses, para que nos tornemos cooperadores em favor da verdade”.
O ministério de Gaio deve nos inspirar à hospitalidade. Não vivemos como naqueles dias onde as igrejas recebiam líderes itinerantes que portavam cartas de recomendações, mas necessitamos de pessoas que, como naqueles dias, recebem outras em amor. Hoje não podemos levar para dentro de nossa casa qualquer desconhecido que bater à porta. Porém, hospitalidade é mais do que hospedar. É dar amor. Envolver pessoas por causa do seu testemunho em andar na verdade. É viver segundo Deus, ou seja, condizente com o que Deus faria. É incluir pessoas na realidade da chegada do Reino de Deus, e levá-las a experimentar o sabor da comunidade dos amados do Pai. É lembrar que a verdadeira comunhão se dá ao redor da mesa onde cada um pode se abrir e ser como é, sem medo de rejeição ou exclusão.
Uma vida de hospitalidade é um ministério eficiente: nos mantém em contato íntimo com o caráter de Deus e com as pessoas que Deus trás a nós; impede que nos deixemos levar pela desintegração dos relacionamentos, à moda fast-food, de conveniências e vantagens próprias; exige que prestemos atenção nos detalhes e no processo de desenvolvimento dos relacionamentos (eles demandam tempo e esforço); e, inclusive, para testemunhar àqueles que descrêem em Deus.
Esse é o ministério que Deus quer de todos nós. Você tem servido assim?
Pr. Igor Pohl Baumann
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