É possível não fazer sexo antes do casamento?
Márcio “Coyote” Carvalho
Antes de escrever este texto, resolvi passear pelo Orkut e em blogs para ver o que a galera tem conversado sobre sexo.
Os livros e boa parte do material cristão sobre o assunto são medievais ou extremistas. Sinceramente, em minha “solteirice”, não achei nada muito útil. Para início de conversa, temos de admitir: sexo é bom -- na realidade, é muito bom! Sem falar das cobranças que os jovens têm, tanto da sociedade como da mídia, para se relacionarem antes do casamento. Tanto que as campanhas de prevenção à aids dizem: “Transem, mas transem com camisinha”!
Já ouvi muito a respeito desse tema. Entre tantas histórias, está a de que nos tempos bíblicos não existia o casamento em si. O ato sexual já era o casamento. Lendo um livro do teólogo Russel Champlin, refleti sobre algumas informações significativas. Por exemplo, existiam as cerimônias de casamento tanto públicas como particulares e algumas envolviam vestes especiais (Sl 45.13-14). As noivas usavam joias (Is 61.10) e cobriam-se com véus (Gn 24.65). Além disso, havia também alguns hábitos e uma cerimônia em que estavam presentes os amigos e amigas da noiva (Sl 45.14). Já o noivo, tinha um amigo especial e outros auxiliares como se fossem padrinhos! (Gn 24.65; Jz 14.11; Sl 45.13-14; Is 61.10; Mt 9.15) Enfim, não há dúvidas de que existia uma cerimônia, um ato que legalizava o casório.
Havia também outros elementos, como a bênção dos pais, a aliança (um acordo pessoal e tribal e os acordos escritos) e a prova da virgindade -- e o povo hebreu tratava a questão com tanta seriedade que um pano manchado de sangue tinha de ser mostrado como prova da virgindade da noiva (Dt 22.13-21). Inclusive, ao ler esses textos bíblicos, percebemos que muitas das desavenças da época eram tratadas na base das pedras!
A prática do casamento é uma tradição bíblica. E a relação sexual é permitida só depois do casamento. Creio que, na verdade, só há uma dúvida sobre isso: é possível não ter relação sexual antes do casamento?
Vi nos Orkuts crentes da vida dicas de como não cair em tentação. Uma mais ridícula que a outra. Imagino o que a galera não-cristã pensa ao ler essas dicas!
Um dos melhores exemplos que vi foi num programa de televisão (sou adepto da cultura inútil): uma mulher levara o namorado para o programa para brigar com ele porque ele não transava com ela. Quando o namorado foi questionado, disse que não era por causa da religião, mas porque tinha aprendido e entendia que não era legal transar antes do casamento e ponto final. A apresentadora ficou indignada com o que ele disse e ainda tentou humilhá-lo perguntando: “Mas funciona?”.
A resposta veio da namorada: “Deve funcionar, porque vejo a “movimentação”!
O público caiu na gargalhada. Porém, o rapaz continuou firme e, com educação, manteve sua posição. Nisto entrou no ar outro repórter e a apresentadora explicou a situação. A resposta dele foi fantástica: “Essa mulher está reclamando de boca cheia, está jogando fora um homem que nunca mais vai ter, um homem que não vai traí-la por nada nem por ninguém porque tem o controle de seu corpo. Quem precisa de ajuda é ela e não este rapaz!”.
O fantástico é a convicção que algumas pessoas, mesmo não-cristãs, têm!
Quando estava namorando minha esposa, tivemos nossas tentações e eram grandes, principalmente porque eu tinha certeza de que era ela a pessoa com quem iria me casar. Era também a única mulher com quem me interessava em transar. Sendo assim, os motivos pelos quais não deveríamos transar eram mínimos, mas o resumo de tudo o que passamos e o que desejo falar é o seguinte: Vale a pena esperar!
Você pode distorcer a Palavra de Deus...
Você pode se fingir de porco vesgo...
Você pode transar e se prevenir...
Mas o que eu posso te garantir, meu amigo, minha amiga, é isto:
Vale a pena esperar!
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*Marcio “Coyote” Carvalho é bacharel em teologia e especialista em missão urbana e aconselhamento familiar. É presidente da Associação Refúgio em Cambé e Londrina, no Paraná, que trabalha com evangelização de garotas de programa, travestis, dependentes químicos, crianças e adultos de rua.
Fonte: www.ultimato.com.br
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