Reflexão

Novidade de Vida – Carnalidade



Quanto a estes, o seu destino é a perdição, o seu deus é o estômago e têm orgulho do que é vergonhoso; eles só pensam nas coisas terrenas. (Filipenses 3:19)

No meu conceito, é inconcebível que ainda haja alguns tipos de carnalidade em uma pessoa que realmente nasceu de novo. Eu sei que ninguém é perfeito, sei que não devemos ficar “classificando” pecados, mas algumas coisas são primárias demais para aceitar. Entre essas coisas, eu diria que Paulo tocou numa ferida aberta – ter orgulho do que é vergonhoso. A mim parece que no tempo presente a vergonha ou está em extinção ou já se foi.

Lembro de minha infância quando tínhamos vergonha de falar de alguns assuntos, de mencionar algumas coisas. Era repressivo mas havia senso de ridículo. Hoje vejo pais de filhos pequenos se orgulhando de seus filhos baterem em colegas, endurecerem com professores e se “imporem” quando confrontados. Minha esposa lidera um ministério infantil considerável, a gente acaba vendo algumas coisas que só pelo sangue do Cordeiro. Isso está no rol do que deveria ser vergonhoso e virou orgulho.

Vejo homens se orgulhando dos “pileques” que tomam, da quantidade que beberam, das arruaças que fizeram – pais de família, homens da sociedade. Vejo mulheres se vangloriando de com quantos se deitaram, de quanto conseguem viver independentes de ter marido, das estrepolias que seus filhos aprontam com as avós.

Vejo pastores desonrando seu ministério com coisas simples como preguiça, gula, abusos financeiros, abusos de poder. Vejo ovelhas sendo maliciosamente críticas sobre seus líderes, ainda que muitos deles mereçam.

Será que no meio disso não encontraremos mais os homens de bem, ou somente aqueles que rotulamos de puritanos, exagerados, radicais e coisas assim? Francamente, a vergonha entrou em extinção.

Temos que entender que só existe um tipo de integridade – o tipo íntegro, 100%. Ser 99% fiel significa que seu marido/esposa pode traí-lo algo como 3 ou 4 dias por ano. Eu não aceitaria isso e creio que ninguém de bom senso também. Então por que para Deus a gente oferece 99%, ou às vezes bem menos?

Ainda que seja muito mais fácil entender do que de praticar, nosso desafio é ter orgulho do que merece orgulho e não do que é vergonhoso. E para discernir uma coisa da outra, não vejo outro crivo ou ferramenta além da Palavra de Deus. O que a Bíblia disser que merece orgulho assim é, o que a Bíblia disser que é vergonhoso assim é. Temos que dar um passo firme na direção de negar nossa opinião e ficar com a Bíblia. Até isso deveria ser motivo de vergonha: descrer do que é eterno para ficar com a opinião pessoal. Mas…

Nosso desafio é deixar esse tipo de carnalidade de lado, no passado, pois isso não tem outro nome – é carnalidade sim. Vamos ter vergonha do vergonhoso e não orgulho.

“Senhor, me ajuda a ter a Tua Palavra como meu único dicionário, de fato e de verdade, não apenas no meu discurso. Eu preciso mudar tanto para ser mais parecido Contigo. Tem misericórdia de mim.”

Mário Fernandez


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