“Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça” (Mateus 6:33)
Muitos compromissos, prazos para cumprir, diversas tarefas. Você está estressado com a quantidade de coisas que tem de fazer. Está correndo num dia em que sabe que não dará conta de tudo, já sabe que terminará o dia devendo para algumas pessoas. Está equilibrando os pratos tentando não deixar nenhum deles cair.
Então, descobre que a geladeira estragou. Você tem que parar tudo que está fazendo, tirar dela tudo o que estraga, colocar em uma cesta e ir ao vizinho pedir ajuda para guardar na geladeira dele enquanto você procura por um técnico que possa vir o mais rápido possível. Enaquanto isso, seu cérebro vai calculando as horas que deverá entrar a noite trabalhando para compensar o tempo perdido.
E assim os dias vão se repetindo, nesta rotina atropelada. Um dia mais atarefado que o anterior, por causa das pendências que vão se acumulando. O estresse aumentando e o sentimento de incapacidade começa a fazer efeito.
Por mais que você siga métodos de organização de tempo, priorização de tarefas e coisas assim, chegará um dia em que os imprevistos provocarão o descontrole da agenda. Ninguém está imune a isso.
O problema é que essa correria muitas vezes nos faz inverter prioridades. A pressão pelos prazos e resultados nos faz gastar todo o tempo da nossa vida na correria e deixamos de dar o tempo necessário para aquilo que é mais importante.
Deixamos de gastar meia hora de oração e meditação na Palavra de Deus porque o nosso cérebro nos induz a pensar que esta meia hora poderia ser usada para resolver o problema X ou fazer a tarefa Y e, com isso, diminuirmos a dívida emocional em relação ao que está atrasado.
O problema é que essa abordagem nos induz a outra dívida emocional: aquela em que sabemos que estamos invertendo a prioridade da vida. O mais importante do mais importante está sendo deixado de lado. Ficamos com aquela sensação ruim de que estamos negligenciando o relacionamento do qual, logo depois, vamos querer usufruir os resultados sem ter dado o tempo necessário para ele.
Quantas vezes você chegou para Deus e a primeira coisa que fez foi pedir perdão por não estar orando o tanto que devia? Não que a quantidade de tempo determine o bom relacionamento, mas a baixa quantidade demonstra a falta de interesse ou de importância.
Conta-se que Martinho Lutero, o reformador alemão, gastava duas horas em oração todos os dias. Algumas vezes quando terminava esse período ele avaliava o que tinha de fazer no dia e dizia algo como: “Hoje tem muitas coisas para fazer e pessoas para encontrar, vou orar mais duas horas para dar conta de tudo.”
Ele compreendia que gastar tempo com o Pai Celestial lhe traria mais benefícios e mais produtividade do que se simplesmente se jogasse na luta com as atividades diárias.
Mesmo na correria que está o seu dia hoje, ouse parar e ir para a presença do Pai, não importa a hora, para demonstrar para Ele que você o considera acima de todas as coisas.
Foi assim que parei tudo e, meditando sobre isso lhe escrevi, enquanto espero o técnico vir consertar a geladeira.
Vinicios Torres