“Foi assim o nascimento de Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, mas, antes que se unissem, achou-se grávida pelo Espírito Santo.” (Mateus 1:18)
A história de Maria é admirável e a despeito do fato da teologia protestante não reconhecer tanto valor quanto é dado pela teologia católica, eu como servo de Deus me sinto em débito com essa moça chamada Maria. Biblicamente falando, Maria foi considerada bem-aventurada, o que foi para poucos, menos ainda com recado dado diretamente por um anjo graduado do Reino. Mas nada me admira mais do que o fato de que, embora José tenha intentado desistir do casamento por causa de uma gravidez que não era sua, Maria não o fez - ao menos segundo os registros bíblicos, provavelmente porque sua convicção no recado do anjo era total.
Esse atributo me chamou a atenção - Maria estava prometida em casamento, portanto dela se esperavam algumas ações e atitudes. Onde estavam seus pais nessa altura da história? Com quem ela vivia? Que idade ela teria? Que tipo de vestimenta utilizava? Havia algum símbolo visível de seu compromisso como hoje temos a aliança? Como ela conheceu José? Quem a prometeu em casamento, foram eles que se apaixonaram ou foi arranjo familiar? Não sabemos ao certo nada disso, pelo menos não de base bíblica, mas uma coisa sabemos - estava prometida e levou isso a sério.
Enquanto hoje a noiva do Cordeiro vive sua vida como bem entende, os aspectos que são valorizados são justamente estes. A igreja de nossos dias defende sua denominação, valoriza seus ministérios, administra seus recursos, melhora sua infra-estrutura, decora seus prédios, divulga seus programas. Nada disso é ruim e nem está errado, mas isso só responde as perguntas anteriores, não necessariamente demonstra o compromisso com o noivo.
Demonstramos muito mais compromisso ao dizer um “não” do que qualquer outra atitude. Não aceitar uma vantagem indevida de um político (trocar voto por asfalto), não operar à margem da legalidade (o número de congregações que se reúnem sem alvará me assusta), declarando corretamente seus impostos (embora a igreja não pague precisa contabilizar), não se misturando (alguns eventos públicos me deixaram de orelha em pé). Compromisso exige promessa que exige restrição. Pior do que sermos teologicamente fracos ou com uma liderança pouco expressiva ou nossos músicos não serem tudo aquilo. Pior do que tudo isso é não saber a quem fomos prometidos e no que isso implica.
Quando prometi para minha namorada que me casaria com ela tomei providencias - um par de alianças, comecei a guardar dinheiro, procurei locais para festa, lugar para morar depois de casado, pensei nos padrinhos, conversei com meus pais e com os dela. Se estamos de fato prometidos ao Cordeiro, Ele é quem tomará as providencias, é verdade, mas nós devemos corresponder em compromisso.
Avaliemos nossa vida, nossas decisões, nosso “sim” e nosso “não” para ver se estamos de fato vivendo como quem está comprometido com o casamento, ou se estamos mais para uma menina irresponsável fazendo despedida de solteiro, noite após noite, se embriagando com o vinho deste mundo.
“Senhor, me ensina urgentemente a ver onde estou falhando em viver e demonstrar meu compromisso como noiva do Cordeiro. Eu preciso mudar onde for preciso e não vou conseguir sozinho. Sei que o noivo se aproxima.“
Mário Fernandez
Pr Mário Fernandez vive em Curitiba desde 1994, onde desempenha seu ministério local com ensino, liderando células, discipulando homens e ministrando a Palavra.